Um poeminha para ir ao enterro

por Comunidade Cultura e Arte,    21 Março, 2020
Um poeminha para ir ao enterro
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O Velho do Chinelo formou-se em 1992 em Arte Trágica na Universidade Delphine Software na vertente Another World. Apaixonou-se pela primeira vez em 1996 pelo amor de Richard Garfield. Por ele dormiu na rua, perdeu aulas, vendeu colecções de Tazos, etc. A única boa decisão que lhe falta tomar é que peça de Lego levar no bolso, quando for a enterrar.

Um poeminha para ir ao enterro

A Anabela chama-se
Anabela
Mas também podia ser Rosa
Ou Vanessa
À mãe quanto mais Rosa mais
Bem
Ao pai tanto se dava como se deu
Mas reparou muito objectivamente
E não é para ser preconceituoso
Mas sempre houve mais
Putas Vanessas do que
Anabelas
E por ele ficava já por
Ali
Já que putas Rosas muito
Poucas ou nenhumas
Mas nunca conhecera nenhuma
Rosa
E portanto custava-lhe muito
Dar à filha o nome de uma coisa que
Nunca viu
Assim como assim
Era melhor jogar pelo seguro
E a Anabela nasceu
Planeada
Mais ou menos planeada
Em Ermesinde mas também podia ter sido
Mealhada ou
Outra cidade que não tem
E nunca teve
Um clube na primeira liga
E onde apesar disso
Há tantos futebolistas
E mesmo para a Anabela que
Nunca andara com um futebolista
Não havia cidade como Ermesinde
Portanto a Anabela só podia ser
De Ermesinde
Embora até pudesse ser de Lisboa
Ou Coimbra
E Ermesinde era quase Porto
Não que interessasse muito
Mas a Anabela preferia Ermesinde
Por ser o lugar da sua escola
Do seu jardim
Da papelaria onde comprava religiosamente
Marcadores Molin 24
Os 12 não tinham um
Rosa que ficasse bem
Com a cor das pessoas
Que a Anabela mais gostava
De desenhar
A Anabela fez um percurso perfeitamente
Normal
Especial apenas por ser
O dela
A humildade mais ou menos
Acima de tudo a
Anabela lutara muito por não se perder
Para os últimos lugares das filas
No secundário
Tinha amigos que sim
Há quem diga até e ela sabia que sim
Foram os primeiros a fumar pinheiros
Atrás do pavilhão do liceu
E há quem diga não sou eu que quero dizer
Mas há quem diga que até um broche se diz que houve
Já não sei quem com não sei quem
E a Anabela que não era nem
Rosa nem Vanessa
Sabia perfeitamente quem
Mas a Anabela de Ermesinde nunca
Jamais
Se metera em confusões
De modos que fez como os outros
Ficou calada não denunciou ninguém
E se para alguns aquilo queria dizer
Alguma coisa
Talvez até
Que fosse cúmplice pois então
Fixe
Era da forma que a Anabela
Pelo menos para alguns
Sabia o que era um
Broche
Nesse dia a Anabela foi sorrateira
De língua entre os dentes ao escritório
Do pai
Que o pai nunca usava mas
Assim como assim
Nunca se sabe o de hoje para amanhã
E em casas com várias casas de banho
Há sempre divisões a mais
Onde a Anabela se escondia com o
Portátil do pai
A descobrir o que era um broche
Nada disto impedia a Anabela contudo
De ser mais inteligente do que os colegas
Mesmo até que os mais
Fixes
Ela não gostava de dizer que era
Mais inteligente
Dizia
Mais organizada
Responsável
Atenta
Bem educada
A Anabela de Ermesinde era cincos e apenas
Alguns quatros
Claro que também sabia
Ser rebelde
E teve as suas
Negativas
Os seus
Três
As suas
Primeiras Vans o seu
Primeiro festival o seu
Primeiro charro muito depois
Não é que fosse contra toda a gente
Sabia que nem ela era contra
Nem fazia mal nenhum que fosse
Atenção
Mas por acaso não era
O seu primeiro namorado até
queria ser poeta escrevia
Coisas normalíssimas só que
Em verso
Era muito especial muito
Esquisito muito único e nem sequer
A escola servia para ele
Mas a Anabela sim
Tanto que se não fosse impossível
Ter vintes a português a Anabela
Tínha-os
E talvez por isso só a Anabela
Conseguia compreender as cartas que ele escrevia
Não só compreendia como chorava
Que era a maior certeza
De que ele era muito bom talvez
Viesse a ser o melhor de sempre
E ela com ele já se está a ver trocavam
Molins antigas
Juras idiotas dentro da
Normalidade
Até à Anabela ter entrado para a faculdade
E ter percebido finalmente
Que era uma atrasada mental
Talvez não uma atrasada mental
Apenas uma sonsa
Toda a sua vida até aí tinha sido como aqueles momentos em que
As legendas já contêm a piada mas o público
Espera até o actor
falar
Para se rir em conjunto
E há quem diga que a Anabela até
ficou
A gostar menos dos pais por ter
Esperado tanto tempo em Ermesinde
Durante a praxe há quem diga que disse
Que era a Anabela do Porto
Mas era só para ser mais fácil para
Evitar confusões
A Anabela não gostava de ser o centro das atenções
E até já o protagonismo nas cartas do
Outro
Lhe faziam um pouco de confusão
Aproveitou até para lhe recomendar um ou dois livros à
distância
E criar um insta novo de forma a controlar
O protagonismo à distância
A humildade já se sabe mais ou menos
Acima de tudo
As aulas em primeiro e a Anabela não podia deixar
O seu sucesso pelas mãos alheias
Saía apenas às quintas-feiras
E loucura loucura deus me livre só no
Enterro
De onde guardava experiências maravilhosas e
Sabedoria suficiente para aplicar
Nos Enterros seguintes
E Queimas amiúdes
Uma vez teve tanto azar mas
Tanto azar que apostou com as amigas
Quem
Conseguiria comer mais bananas
Durante a Semana Académica
E a Anabela foi-se logo apaixonar
Ao primeiro
Desistiu abandonou nem quis saber quem
Ganhou
Ficou imediatamente com aquele era o seu
Verdadeiro primeiro
Jogador de futebol
E logo de Lisboa nascido e criado
A Anabela que nunca apreciara o desporto por
Aí além
Aprendeu logo as jogadas e finalmente descobriu
Mesmo a sério
O que era a fim de contas um
Fora de jogo
E nem sequer precisou do
Portátil do pai que também via
Avanços significativos em tudo isto
Finalmente um homem lá por casa
E a Anabela que durante o último ano até fora
A manifestações
Pelos direitos das mulheres e até lá
Tirara
Umas quantas fotografias de alto teor político
Descobria agora na pele
Um machismo tolerável
Que a fazia sentir-se
Organizada
Responsável
Bem educada
Ao cozinhar para dois e a lavar a
Roupa para dois e a
Ficar por casa às quintas-feiras à noite
Especialmente porque já perdia muito
Tempo às quarta-feiras à tarde
A praxar
É que dizia
Sentia
Um certo dever ético
Embora a Anabela não soubesse bem o que ético
Queria dizer
Mas que o sentia sentia
Ao encaminhar os mais jovens ainda tão longe de si
Próprios
Julgava até
Que era uma forma de
Prazer
Caridoso
Maternal
Que a ajudou a ver o mundo pelos olhos
Dos outros
E foi por isso que quando saiu a notícia do
SARS-CoV-2
A Anabela foi a primeira a querer fechar a
Escola
A escola não
A Universidade
A fechar-se em casa
A abrir-se apenas para o seu
Verdadeiro primeiro
Que voltava dos treinos
Por vezes às duas da madrugada
Ela sabia das jogadas mas
Táctica era outra coisa
O futebol joga-se no campo e fora
Dele
Havia muito a planear e enquanto o namorado
Não estava em casa a Anabela via as notícias
Comentava indignada
Aprendia tudo à velocidade a que sempre aprendera
Havia afinal uma diferença entre uma
Ministra da Saúde e uma
Directora Geral da Saúde
E outra entre a gripe das aves
E toda esta merda
Porque a Anabela já dizia asneiras
Olha que grande merda
A Anabela já fumegava
Por tudo um pouco mas
Especialmente porque o Ronaldo
O seu Ronaldo
Continuava a ir ensaiar
A musculatura
Ao ginásio
Olha que grande filho da puta
Especialmente porque nunca tinha visto
Ruas
Tão como elas eram tão
Desertas
Olha que tão
Bonito
Porque nunca tinha sentido algumas das
Palavras que utilizava com tanta frequência
E ia nisto descobrindo todo um novo
Mundo
De contradições
De ter vontade de
Aplaudir à janela de
Cantar o hino que nem uma histérica de
Deixar velinhas a
Cuidarem do firmamento de
Agarrar numa saia num top e fazer-se
À estrada
Porta em porta
A oferecer ajuda e corpo ao
Manifesto à luta à rua à noite ao dia ao tempo à água tão
Quentinha enquanto pensava nisto no
Chuveiro quentinho de casa
Que havia quem não tivesse casa
Quem estivesse a ser despejado
Quem tivesse os pais mais longe do que
Ermesinde
Quem sabe se no hospital e
Não os pudesse visitar
Não lhes pudesse dizer adeus eu
Amo-te
Tanto
Eu não me importo de apanhar a
Merda da doença
Se for para te dizer
Pelo menos
Adeus
Não é grave comigo eu sou jovem
Forte
Eu aguento-me à bronca por um
Adeus
Não te preocupes comigo eu
Resisto
Eu quero lá saber do que veio na
TV eu resisto
Eu resisto se for para
Te ir dizer
Não te preocupes
Vai ficar tudo bem
E sim claro eu
Sei mas
Eu quero mais é que o Trump e a China se fodam
Eu não percebo nada dessa merda e se calhar
Devia ter percebido mais cedo
Mas eu quero mais é que tudo isso se foda
Eu falo como eu quiser eu quero lá
Saber de quem me ouve
Dos vizinhos
Da natureza
Eu quero mais é que a natureza vá para o caralho
E leve os refugiados todos para o lugar de onde vieram para
A cona da mãe deles
No vai-se a ver foram eles que trouxeram esta merda
Ou a Rússia que só tem duzentos casos foda-se ou os
Filhos da puta dos britânicos eu nem
Nunca vi nenhum que fosse
De confiança durante as festas dos erasmus nem
Quando não me minavam e
Minavam-me quase sempre
VAI CHAMAR-ME MOLLY PARA A PUTA QUE TE PARIU
Não quero saber da merda da xenofobia que me vai dar quando isto acabar nem se me voltam a deixar passar num
Aeroporto
Nem se quem está do outro lado com filhos
deste
Vai algum dia chegar a passar
Eles que façam tendas rezas acendam velas como os bestas dos israelitas ou
Como eu caralho calha a todos
Pôr de vez em quando alguma coisa em Deus
Nem que seja
Ódio
Nem que seja
Descrença
Maldição
REZAI AGORA FILHOS DA PUTA
Ou leiam os gráficos informem-se esperem pelo
Costa ou pelo outro cabrão
De Belém
Que só fala pelo facebook e nem me falem da merda
Dos directos
Dos streams
Dos concertos
Dos poemas
Dos direitos dos trabalhadores de estabelecimentos comerciais não essenciais
AI AGORA É QUE NÃO SÃO ESSENCIAIS MINHAS BESTAS
Dos médicos
Dos enfermeiros
Do ressurgido serviço nacional de saúde
Dos heróis
Dos igrégios avós
Dos documentários da gripe espanhola
Do racismo por ser espanhola
Mesmo que toda a gente em Espanha se esteja completamente a cagar
De medo com esta merda toda
E completamente a cagar
Para a merda do racismo
Dos artistas que ficaram sem emprego
Sem emprego com aspas
Sem bolachinha charrinhos ao fim do mês
Meus filhos da puta minhas bestas já deviam ter ido para a rua há muito tempo
Burgueses do caralho a vossa perdição são os vossos
Ídolos que não são
Diferentes dos meus
Não me venham agora foder a cabeça e passar-me a mão no rabo
Mais tarde
Com mais um filho da puta de um
Concerto a viola e microfone de telemóvel
A leitura de teatro
A nonagésima rádio criada
A fotografia da janela
As fotografias antigas
EU ESTOU-ME COMPLETAMENTE A CAGAR PARA O DIA EM QUE FORAM SER BESTAS
COMUNS SUAS BESTAS
Para uma filha da puta de uma praia qualquer
OLHA PARA MIM TÃO COMUM
OLHA PARA MIM JUNTO AO MAR
EU NÃO MERGULHO MAS
FALO COM ELE
LEIO-LHE UM POEMINHA
Ó MAR
QUERES OUVIR UM POEMINHA
MEUS FALSOS MÍSTICOS MONTES DE MERDA
O VAPOR DA VOSSA MERDA EVOLADA
NÃO DAVA NEM PARA DERRETER UM FLOCO DE NEVE
MEUS FLOCOS DE NEVE ANORMAIS
E os grupos cívicos
Caralho
CARALHO OS GRUPOS CÍVICOS
As cadernetas mais essenciais dos absolutamente mais inúteis
COMO É QUE HÁ GRUPOS CÍVICOS COM MILHARES DE ANORMALÓIDES
E AINDA HÁ GENTE A VIVER NA RUA
Meus hipócritas do caralho
Meus camafeus da caridade
IDE PARA A RUA SEUS CARALHOS
As vossas casas de férias agora estão a servir para o quê
O DE SEMPRE
Guardar as pratas dos vossos pais
E a vossa genealogia inventada não é
Meus filhos da puta a vossa reforma havia toda de ser levada a
Leilão meus lelos de merda
Apetece-me
Apetece-me
Escrever berrar esta merda toda mas
Não sei como
Não tenho palavras para isto
E portanto vou
Acalmar-me caralho eu
Nem digo asneiras e vou
Chamar-lhe
A inominável distância que há
Entre uma óptima aluna e um vinte a português
E isto até soa bem até me limpa o
Espírito
Vou só
Chorar um pouco e
Rir-me porque usei a palavra espírito e vou
Lacrimejar timidamente
No chuveiro
E depois quem sabe talvez
Masturbar-me um bocadinho porque
Também mereço e depois
Lavar as mãos outra vez e
Voltar a rir-me um
Pouco porque lavei as mãos
Uma vez um professor meu disse
Que o charlie chaplin disse
Que a vida vista de perto de perto era uma grande
Comédia
Ou será que era ao
Contrário
Deve ser assim deve
Porque eu penso nisso e em como já não sei
Bem isso
e em como se consegue passar uma vida
Com tanto conhecimento tão de raspão tão
Superficial é a palavra e
E só me dá vontade de rir um pouco
E ao rir-me dá-me vontade de
Chorar
É melhor
Sair do banho
Não
Masturbar-me primeiro vou preparar
Depois as minhas aulas de amanhã tem
Piada
Nunca me preparei para
Uma aula à distância será que me vão
Ver
Olhar para mim
Como será que vão estar os meus
Colegas vestidos
Que piada
Vou guardar esta para perguntar ao
Principe quando ele
Chegar a casa espero
Que não tenha estado com
Ninguém e
Apesar de pensar a palavra ninguém a
Vanessa
Ou era Anabela?
A Anabela pensou em várias pessoas
No rosto de várias pessoas imaginou o seu príncipe
E continuou a masturbar-se depois de pensar
Tudo isto
Embora o tenha deixado a
Meio
Estava a levar muito tempo e pensou na água que
Estava a gastar e perdeu o pau a tesão e
Riu-se por ter pensado em pau e tesão
Nas palavras pau e
Tesão que não eram nada
Suas
Eram do príncipe
E sentiu-se quente e
Vestiu o robe
E foi ao armário ver se tinha
Roupa para as aulas e como
Ficavam se a
Câmera estivesse mais acima mais
Abaixo
E leu
Um artigo que afinal dizia
Que as luvas afinal de contas
Ajudavam a propagar o vírus
E começou a ficar com
Um
Uma
Levantou-se e foi
Ver se a vela ainda estava acesa e ficou
Ali
Um bocado
Um pouco
Confusa mas
Segura
De
Si
Sim
Foi ver
Outras coisas
Ligou a
Netflix
Serviu um copo de
Vinho que não bebeu
Bebericou e
Sentiu-se adulta e
Segura
E sorriu de como a palavra
Bebericou lhe lembrava a palavra
Jerrycan
E pensou vou guardar esta vou guardar para
Perguntar à Vanessa e à Rosa
Se com elas se passava a mesma coisa o
Príncipe não
Não ligava a essas coisas ligava a
Outras
Mas talvez a
Vanessa e a Rosa lhe
Dissessem que sim e aí talvez
Tivesse feito uma grande
Descoberta e nesse caso contaria
Contaria de certeza ao Príncipe
Mor
Mor
Ó Mor
O que é?
Já reparaste que a palavra bebericou lembra a palavra jerrycan
Ah
Não é?
Não sei pergunta ao outro
Qual outro
O teu ex poeta
Oh não sejas parvo
Sei lá o que é que Jerrycan quer dizer foda-se ó Anabela
E pelo rosto de Anabela correu
Não uma novidade a Anabela
Sentia-o
Várias vezes
Mas depois olharam-se
Ele aborrecido ela
Com uma palavra que ainda não existia naquele momento mas que
Pressentia que
Viria a existir um dia
E puseram-se a falar de outras coisas
Trivialidades sobre a doença do
Vírus
Cada um no seu
Telemóvel
E a Anabela lá foi
Lendo
As notícias comentando
As notícias
Enviando
Gifs
Memes
Coisas com alguma piada mas também
Alguma actualidade
Que a mostrasse
Não inteligente mas
Atenta
Até que
Ó ANABELA
O que é?
ANABELA
O que é?
JÁ VISTE ISTO
O quê
ISTO CARALHO
As imagens de Itália?
O quê?
Aquelas das pessoas com balões de ar na cabeça
Estás a falar do quê caralho
Ó mor das pessoas a morrer aquelas dos médicos a chorar
Não caralho isto lê
O que é diz-me
A Anabela leu
ENTERRO CANCELADO
E a Anabela nem se apercebeu nem relacionou
A primeira imagem nem foi de uma
Morte
Foi do Enterro mesmo do Enterro da Queima da Semana Académica
E a Anabela sentiu
Não sentiu
Mas podia ter sentido os joelhos a tremerem
A perderem
Força
Não sentiu mas
Podia ter sentido porque
Demorou a responder demorou a perceber
AI COMO ASSIM
Ya
Cancelado mas como assim estes gajos
Ya
Estes gajos são malucos mas
Ya
O enterro não é só em fins de Abril?
Maio
Foda-se
Foda-se né
Epá estes gajos são
Ya
Não posso
Onde vais?
Não sei vou olha nem sei vou
Vais o quê
Criar uma petição
O quê?
Criar uma petição.
Para quê?
Para o adiar. Isto não vai ficar assim.
 
E com esta da Anabela o príncipe percebeu
Pode-se dizer que finalmente percebeu e que
Apesar de só agora
Ter percebido
Ainda conseguiu ser
O primeiro dos dois
A perceber definitivamente
E por palavras absolutamente suas
Que ia ser uma quarentena
Muito difícil.

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