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“Três Realizadoras Portuguesas”: a importância da programação

por Cinema 7ª Arte
7 Julho, 2020
em Cinema, Críticas
“Três Realizadoras Portuguesas”: a importância da programação

DR

O título não podia ser mais explícito: “Três Realizadoras Portuguesas”, que chega às salas de cinema a 9 de Julho, é uma coletânea das mais recentes curtas-metragens de Sofia Bost, Mariana Galvão e Leonor Teles.

Dando destaque ao formato das curtas-metragens, que não têm, nos tempos que correm, encontrando grande espaço nas salas de cinema comuns, esta é uma iniciativa importante. Ainda para mais porque alia a clara intenção de dar relevo ao cinema no feminino, tentando colmatar uma já muito documentada falha na indústria (e que, de resto, tem levado ao surgimento de movimentos que propõem equidade de oportunidades e pagamento igual entre géneros). Os filmes escolhidos destacam-se, inclusive, pela predominância das personagens femininas, personagens despachadas e com garra, e que são tão importantes para uma igualdade de representação e uma crescente igualdade de géneros na sociedade.

A sessão padece, no entanto, de um problema crucial, e que se prende com a forma como foram programados os filmes dentro desta mesma sessão. Quando se juntam três filmes que não têm necessariamente a ver uns com os outros, estamos, ainda assim, a criar um fio condutor. Não é igual ver esses filmes em ambientes e momentos diversos ou vê-los assim, em filinha indiana, desfilando no mesmo ecrã da mesma sala escurecida. E assim, mesmo que não o façamos de propósito ou de forma consciente, estamos a tecer comparações entre o filme presente, o anterior e o seguinte.

Em “Três Realizadoras Portuguesas”, a escolha da ordem parece ter sido feita com base na notoriedade das realizadoras: em primeiro lugar o filme de Sofia Bost, cujo título marca a sua estreia na realização, seguido de “Ruby”, que concedeu a Mariana Galvão o prémio de Melhor Realização do Festival de Curtas de Vila do Conde, terminando com a já estabelecida Leonor Teles e o seu “Cães que Ladram aos Pássaros”.

A mostra arranca, em “Dia de Festa”, com a história de Mena, uma mãe solteira com poucos rendimentos que mesmo assim luta para oferecer o melhor dia possível à filha, que celebra o seu sétimo aniversário. O filme rapidamente se desdobra numa outra coisa, muito mais obscura, à medida que são reveladas as relações desta mulher com os seus pais, com a própria filha e a sua forma de lidar com os problemas da vida. Segue-se-lhe “Ruby”. O filme de Mariana Galvão leva-nos para uma pequena vila portuguesa onde se fixou uma comunidade britânica e onde somos convidados a seguir, entre o documentário e a ficção, o dia a dia de uma das jovens estrangeiras que aí vive, entre passeios pela floresta e festas de techno. Por fim, em “Cães que Ladram aos Pássaros”, Leonor Teles mostra-nos a realidade de uma cidade avassalada pela especulação imobiliária, onde uma família de cinco (curiosamente, também esta com uma figura matriarcal na mãe solteira), é obrigada a encontrar uma nova casa.

Neste caso, esta escolha de sequenciar os filmes com base na notoriedade das suas realizadoras, acabou por prejudicar os filmes. “Dia de Festa” põe-nos em estado de alerta, atira-nos à cara as dificuldades da vida, desperta em nós um instinto de sobrevivência, um sentido de injustiça. Por comparação, os filmes seguintes, cujos protagonistas são um adolescente e uma jovem adulta, e que por isso levam uma vida mais despreocupada, mais leve, parecem-nos vazios, quase fúteis. “Ruby”, um híbrido entre documentário e ficção, tem tudo para ser um filme impactante, suscitando imensas perguntas (esta comunidade existe mesmo em Portugal? quem são, como é que se estabeleceram aqui? como é que vivem?). A beleza e tranquilidade do verde das paisagens contrapostos pela música agressiva, as roupas escuras, citadinas, que mais facilmente situaríamos no centro de Londres do que numa aldeia rural portuguesa. No entanto, apresentado depois de “Dia de Festa”, cuja personagem é tão forte, tão real, o filme de Maria Galvão parece quase desinteressante. Por comparação, parece padecer de uma espécie de vazio de mensagem, uma sucessão de imagens que não nos leva para lugar algum.

O mesmo acontece com “Cães que Ladram aos Pássaros”. Apesar de abordar um tema tão acutilante como a gentrificação, palavra que já entrou no quotidiano de quem vive nas grandes cidades, ao escolher como protagonista o filho adolescente da família Gil, Teles alivia esta importância do peso da perda de casa, do porto de abrigo. Centrado no adolescente, em quem não recai a obrigação de arranjar soluções, perde-se o sentido de urgência: ele segue a mãe em visitas de apartamentos por entre festas e saídas com amigos, numa espécie de aceitação da situação, quase como se fosse apenas mais um evento do dia a dia — e questionamo-nos, aqui, se não seria essa a intenção de Teles, querendo mostrar-nos que esta realidade já se normalizou. Acreditamos, no entanto, que esta sensação seria mais evidente, mais subtil, se não nos tivéssemos, momentos antes, visto na pele de Mena, conhecido as suas inquietudes, as suas preocupações.

A ordem em que os filmes são apresentados é importante, no sentido em que determina a perceção do espectador para com essas mesmas obras. Sobretudo porque, se nesta crónica tentámos analisar as variáveis que toldaram a nossa opinião para com os filmes, porque o exercício da escrita permite parar e refletir sobre eles, o espectador comum nem sempre terá a disposição, o tempo, a vontade de voltar a eles depois de sair da sala de cinema. É, por isso, fundamental que, a perdurar este tipo de formato — e torcemos para que perdure! — a programação das mesmas seja sujeita a um maior cuidado, de forma a conseguir destacar e enaltecer os filmes da melhor forma possível — sobretudo quando recai sobre eles esta tarefa tão importante de representar as mulheres no cinema.

 Crítica de Rebeca Bonjour, originalmente publicada em Cinema7Arte.

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