Thom Yorke: “A maior parte dos líderes de direita são palhaços. O método deles vai parar de funcionar quando as promessas que fizeram se revelarem a merda que são”

por Comunidade Cultura e Arte,    1 Julho, 2019
Thom Yorke: “A maior parte dos líderes de direita são palhaços. O método deles vai parar de funcionar quando as promessas que fizeram se revelarem a merda que são”
Thom Yorke
PUB

Depois “The Eraser”, em 2006, e “Tomorrow’s Modern Boxes”, em 2014, Thom Yorke lançou o seu 3.º disco a solo, “ANIMA”, e com curta-metragem de Paul Thomas Anderson, na passada quinta-feira (dia 27).

Em entrevista ao jornal brasileiro Folha de S. Paulo, Yorke falou sobre vários temas que envolveu no seu novo trabalho. Quando questionado se o disco era político o artista disse que “Não diria que o disco é político. Mas há muita ansiedade nele e isso nasce da rotina. Estamos no metro, no autocarro, ficamos presos no trânsito, vamos trabalhar sem saber se estaremos empregados na semana seguinte. Não há segurança para a maioria de nós. E isso produz um profundo senso de ansiedade.”, afirmou Thom Yorke.

Thom Yorke em “ANIMA”, curta-metragem de Paul Thomas Anderson

No entanto o artista não perdeu a oportunidade para dar a sua opinião quanto à política global e disse que “Não sei das particularidades do Brasil agora. Mas a maior parte desses senhores chamados de líderes de direita são uns palhaços. Vai chegar a altura, em que as pessoas que os puseram lá vão dizer chega. O método deles vai parar de funcionar quando as promessas que fizeram se revelarem a merda que de facto são.” e foi mais longe dizendo que “Vai chegar a altura em que esses senhores que publicam essas verdades particulares [no Twitter e no Facebook] serão legalmente responsáveis por elas. Aí as coisas irão mudar. E acho que isso está mais próximo do que pensávamos.

Relativamente ao novo disco, “ANIMA”, o artista inglês disse que “O disco é muito brincalhão. Há muita alegria. É ruidoso! Não é introvertido. Por exemplo, há uma orquestra gravada, mas não se ouve muito bem. Isso mostra como o Nigel e eu somos malucos. Gastámos uma fortuna para gravar uma orquestra e mixámos num volume menor que os sintetizadores. Tu não sabes que está lá. Quem é que faz isto?”, disse Yorke.

O novo disco foi feito em parceria com o produtor Nigel Godrich, que acompanhou o seu período de bloqueio criativo. Godrich é conhecido pelo seu trabalho como produtor dos álbuns dos Radiohead, tendo produzido todos os álbuns desde The Bends (1994), ou por ter trabalho também com Paul McCartney, Travis, Beck, Ride, Charlotte Gainsbourg, Air, The Divine Comedy, U2 ou R.E.M.

É de relembrar que em Janeiro deste ano, e em entrevista à Variety, o artista inglês disse que actualmente não consegue parar e que antigamente isso era uma necessidade criativa para o artista, mas que agora odeia ficar sem fazer nada: “É um senso de urgência. Há muitas coisas que quero fazer agora. Acordo todos os dias e quero apenas terminar as coisas. Acho que talvez seja por ter feito 50 anos e o tempo se estar a esgotar. [Risos]”.

Thom Yorke actua em Portugal no NOS Alive’19, dia 13 de Julho, com um espectáculo que abrange os seus trabalhos a solo, “The Eraser” e “Tomorrow’s Modern Boxes”, assim como AMOK, do projecto Atom’s For Peace.

Gostas do trabalho da Comunidade Cultura e Arte?

Podes apoiar a partir de 1€ por mês.

Artigos Relacionados