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“The Woman Who Ran”, de Hong Sang-soo: fuga da realidade para a sala de cinema

por Bruno Victorino
7 Janeiro, 2021
em Cinema, Críticas
“The Woman Who Ran”, de Hong Sang-soo: fuga da realidade para a sala de cinema

"The Woman Who Ran", de Hong Sang-soo

Os filmes do consagrado cineasta sul-coreano têm tido uma passagem intermitente pelas salas de cinema nacionais. Felizmente, no final de 2019 e início de 2020, a Cinemateca Portuguesa programou uma retrospectiva integral da sua obra, intitulada “As Variações de Hong Sang-soo”. A Midas Filmes, aproveitando o lançamento do mais recente filme do realizador, juntou-lhe outros três — Woman on the Beach (2006), Oki’s Movie (2010) e The Day He Arrives (2011) — exibindo-os em sala e disponibilizando-os posteriormente em DVD, juntamente com 4 novos belíssimos posters.

Acusado de realizar sempre o mesmo filme, é precisamente nas pequenas variações narrativas e formais que reside muito do interesse do cinema de Sang-soo. Os filmes do prolífico cineasta (15 longas metragens desde 2010 a esta parte) retratam o dia-a-dia de amigos e amantes, recorrentemente sentados à mesa de refeição, sempre regados a soju, enquadrados em planos longos e utilizando inventivamente o zoom para efeitos dramáticos. A narrativa está habitualmente dividida em partes facilmente identificáveis, onde pequenas repetições vão ocorrendo, ilustrando a repercussão que simples variações da ação podem ter no destino dos seus personagens. 

“The Woman Who Ran”, de Hong Sang-soo

Com o passar dos anos, os filmes de Hong Sang-soo parecem tornar-se cada vez mais depurados e subtis. É interessante como o olhar do espectador, formatado aos filmes do coreano, acaba por estar constantemente em busca das tais repetições e recorrências a que sempre nos habituou. Em The Woman Who Ran, o cineasta subverte propositadamente as nossas expectativas. As repetições são mais escassas que habitualmente (a maçã, alguns temas de conversa), o soju quase inexistente, e a nefasta presença masculina muito mais intuída nos diálogos do que presencial. 

É em três partes que o novo filme se encontra dividido. Três encontros entre a protagonista Gam-hee (Kim Min-hee) e três amigas, nos arredores de Seul. A simetria é mais evidente nos dois primeiros episódios. Gam-hee visita a habitação das duas amigas, partilhando experiências e refeições, quando o seu momento idílico é perturbado pela indesejável visita de dois homens, garantindo os principais momentos de conflito narrativo. Nota para a opção do realizador de filmar os personagens masculinos de costas para a câmara, reforçando o desprezo que lhes reserva neste filme em particular. Em ambos os episódios, temos também a recorrência da filmagem de imagens das câmaras de vigilância, onde a protagonista contempla a ação fora de campo, criando pequenos e humorísticos filmes mudos. 

“The Woman Who Ran”, de Hong Sang-soo

A terceira parte decorre numa sala de cinema. Gam-hee cruza-se com uma mulher e um homem que fizeram parte do seu passado, tornando-se progressivamente evidentes as cicatrizes por sarar que advêm dessas relações. Hong Sang-soo reservou para o fim a principal variação de The Woman Who Ran. Entre os (des)encontros a protagonista assiste duas vezes ao filme que se encontra em exibição. Se na primeira visualização a câmara se detém na tela para, posteriormente e através de uma panorâmica, ir ao encontro de Kim Min-hee, na segunda o movimento é oposto. A mesma cena passa no ecrã — o mar que invade o areal de uma praia. No primeiro caso a preto e branco, na revisão a cores. É sobre esta imagem, agora colorida, que rolam os créditos finais de The Woman Who Run. Kim Min-hee de novo na praia sozinha (On the Beach at Night Alone (2017)), fugindo da realidade para a sala de cinema. Quiçá Sang-soo encerre desta forma o mais recente período da sua obra, onde a sua vida privada se confundiu com os seus filmes, garantindo à sua musa um pouco mais de paz e cor, abandonando a melancolia e os tons acinzentados do seu cinema.

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Tags: Domangchin yeojaHong Sang-sooThe Woman Who Ran

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