‘The Punisher’: quando a Marvel e a Netflix se unem e criam uma grande série

por João Fernandes,    13 Dezembro, 2017
‘The Punisher’: quando a Marvel e a Netflix se unem e criam uma grande série
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O universo de super-heróis da Marvel-Netflix já vai com 6 temporadas e ainda nos conseguem dar algo diferente e original com “The Punisher”. Depois de roubar a atenção na segunda temporada de “Daredevil”, Jon Bernthal volta interpretar o papel de anti-herói como Frank Castle a.k.a. Punisher na sua temporada com 13 episódios. A série poderia facilmente se transformar numa indulgência de atos de violência sem sentido, mas não, o criador/escritor Steve Lightfoot e a sua equipa entregam-nos uma história que consegue cobrir uma ampla gama de questões, desde o controlo de armas até a forma como os veteranos lidam com o transtorno de stress pós-traumático.

Ao contrário das outras séries do mesmo universo e apesar da sua origem na banda desenhada,” The Punisher” não se sente como uma série de super-heróis. Este é um thriller de uma conspiração, cheio de ação com uma pitada de drama militar junto de comentários sociais e políticos sobre os direitos das armas.

Em relação à história, no “Daredevil” estabelecem a ideia de que a família de Frank foi meramente vítima de um tiroteio relacionado com gangues, no “The Punisher” vão à teoria da conspiração completa. Frank sofre de uma tortura psicológica e não vai descansar até matar todas as pessoas envolvidas na morte da sua família.

O nível de “The Punisher” é elevado por fortes performances de Jon Bernthal e o seu elenco de apoio como David Lieberman (também conhecido como Micro). Já o seu relacionamento com Frank é um dos pontos mais fortes da série. Um par improvável que é fantástico sempre que  aparece no ecrã. Existem outras personagens memoráveis dignas de menção como o amigo de longa data de Frank, Curtis, interpretado por Jason R. Moore, que é a voz que acalma a tempestade interior de Frank e Billy Russo a.k.a. Jigsaw nos cómicos, interpretado pelo Ben Barnes e que também marca a série com a sua história de origem.

Em termos de ação, “The Punisher” entrega todas as frentes, e apresenta algumas das melhores coreografias de luta no universo Marvel-Netflix. Em relação ao vilão, não há nenhum vilão principal óbvio, a série opta por nos apresentar vários funcionários corruptos e oficiais militares, todos dignos de suspeita, que por vezes nos fazem questionar quem não é corrupto. A série faz um bom trabalho em mostrar que todas ou quase todas as personagens partilham uma zona cinzenta de moralidade, ou seja, não são totalmente boas ou totalmente más.

Por fim, “The Punisher” não é apenas satisfatório, mas surpreendente, uma interpretação da parceria da Netflix e da Marvel que oferece mais profundidade e desafios para a plateia. Livre de super-poderes e super-heróis, o universo da Marvel é mais indulgente e mais interessante. Esta tenta examinar seriamente o significado da guerra, as consequências da violência a longo prazo e a forma como tratamos os veteranos.

https://www.youtube.com/watch?v=lIY6zFL95hE

Crítica escrita por João Fernandes

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