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‘The Disaster Artist’, o making of do melhor pior filme de sempre

por Sandro Cantante
5 Janeiro, 2018
em Cinema, Críticas
‘The Disaster Artist’, o making of do melhor pior filme de sempre

The Room, escrito, realizado, produzido e protagonizado por Tommy Wiseau tornou-se em 2003, apesar da sua qualidade quase nula, um inesperado sucesso um pouco por todo o mundo. Nascido do sonho de Wiseau de se tornar num verdadeiro herói americano no grande ecrã, o filme foi exibido ao longo de duas semanas numa única sala de cinema em Los Angeles, alegadamente paga pelo realizador para este efeito. A força de vontade de Wiseau, que o levou a manter um cartaz promocional ao filme ao longo de cinco anos sobre uma auto-estrada americana, é a principal característica que, 14 anos depois, James Franco recupera em The Disaster Artist. Dá-se, deste modo, o merecido protagonismo a alguém que, apesar de uma terrível falta de noção, conseguiu cumprir o seu maior sonho.

A aparente dificuldade de Wiseau, aqui interpretado por James Franco, em perceber como funciona o ser humano é melhor observada em cenas como a do icónico riso de Johnny (protagonista de The Room) que se segue a uma cena violenta descrita por Mark (personagem de Greg Sestero, aqui protagonizada por Dave Franco). As reacções e os diálogos imprevisíveis marcam a maioria das interacções e diálogos retratados, evidenciando as falhas na base do desvio de rumo relativamente ao que estaria planeado por Wiseau. O drama em redor do mártir que deveria ser Johnny tornou-se rapidamente numa série de tiradas cómicas, celebrizando algumas deixas como as famosas “You are tearing me apart, Lisa!” e o inesperado “Anyway, how is your sex life?”. Este é o ponto de partida de The Disaster Artist, mas o seu verdadeiro objectivo é desconstruir a ideia de que Wiseau não é mais do que mais um péssimo realizador à procura de sucesso em Hollywood.

Capa do livro ‘The Disaster Artist’ de Greg Sestero e Tom Bissell

O livro que dá vida a The Disaster Artist, publicado por Greg Sestero e com o mesmo nome do filme, relata a relação entre os dois actores – Sestero e Wiseau – contando várias histórias bizarras acerca da realização do “melhor pior filme de sempre”. Estas aventuras lançam a primeira parte do filme agora realizado por James Franco, que começa por nos mostrar como os dois protagonistas de The Room desenvolveram uma amizade particular, motor do filme que se seguiria. A expressividade e as excentricidades de Wiseau preenchem cada cena com uma energia notável, eclipsando os restantes intervenientes, sem permitir que o foco se afaste muito de si próprio. A segunda fase constrói-se através de segmentos específicos do original, recriando algumas das suas cenas mais emblemáticas, transformando-se quase num documentário que revela os bastidores do filme.

Franco pisca o olho à nomeação para os Oscars, conseguindo captar a essência da verdadeira força da natureza que Wiseau mostrou ser com The Room, realizando uma história que tem tanto de cómico como de inspirador. Não é obrigatório ver o original para apreciar a recente adaptação, mas dá uma contextualização importante para entender que a prestação de Franco não é um overacting numa personagem exageradamente excêntrica. Aquela personagem, com idade e nacionalidade desconhecidas, um péssimo sentido de estilo, um icónico sotaque e uma aparentemente inesgotável fonte de dinheiro, é real, tanto quanto o seu sonho de ser uma estrela de Hollywood.

Com as características comuns de um génio incompreendido – auto-centrado, seguro da qualidade do seu trabalho e conflituoso – mas sem nenhum dom particular para a escrita e realização cinematográfica, Wiseau passa o filme em confrontos com todos os restantes intervenientes. Torna-se difícil perceber a empatia sentida para com aquela personagem, dado o seu comportamento reprovável a vários níveis, mas a melhor explicação passa pelo facto de estarmos a assistir ao crescimento de um underdog num meio duro que não parece ter lugar para ele. É a contar esta história, o superar de sucessivos desafios com vista a um fim bem definido, que o filme de James Franco mais brilha. Todas as recriações exímias das cenas originais não existem apenas para proporcionar gargalhadas fáceis, ainda que também o consigam. Estão lá como passos na caminhada de Wiseau para algo que podemos considerar um final feliz, num sentido muito desviado do que seria o originalmente planeado.

The Disaster Artist dá um amplo reconhecimento a alguém que fez tudo para o conseguir obter por si. Pode ser vista como uma história inspiradora ou como um dos maiores desastres da indústria cinematográfica, mas não se pode negar que é memorável. Possivelmente teremos este ano uma representação de The Room nos Óscares, algo que James Franco merece pelo seu trabalho a encarnar Tommy Wiseau, concretizando-se também o sonho deste último. Em todo o caso, as sessões de The Room em que o público se diverte a atirar colheres ao ecrã, a gritar insultos ao protagonista e a bater pausadamente palmas em bizarras cenas de sexo já se tornaram um clássico um pouco por todo o mundo. The Disaster Artist é a brilhante e merecida homenagem a The Room, mas, inevitavelmente, será este último a ficar na história, assim como o seu estranho realizador.

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Tags: James FrancoThe Disaster ArtistThe RoomTommy Wiseau

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