Comunidade Cultura e Arte
No Result
View All Result
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS
No Result
View All Result
Comunidade Cultura e Arte
No Result
View All Result

“The Brian Jonestown Massacre”: o homónimo atrasado

por João Diogo Nunes
27 Agosto, 2019
em Críticas, Música
“The Brian Jonestown Massacre”: o homónimo atrasado

Capa do disco

É recorrente ver álbuns homónimos no início de uma discografia, porém, os The Brian Jonestown Massacre não seguem esse modelo — só 24 anos depois do primeiro álbum decidem lançar o disco com o mesmo nome do que a banda. Não só por ser homónimo, mas também pelo que representa no percurso sonoro do grupo, este podia perfeitamente ser o primeiro lançamento. The Brian Jonestown Massacre não arrisca, não tenta chegar a lado nenhum, é só mais um número da discografia. Mesmo assim, há que apreciar o que há de melhor.

A listagem começa com “Drained”, faixa de abertura sobre aquele típico amor tóxico que descamba — e que serve bem como entrada. Não arrisca muito, mas tem um bom impacto inicial. Segue-se “Tombes Oubliées”, que na letra descreve o ciclo da vida virado do avesso e tem uma sonoridade mais clássica com vozes a cantar em francês por cima de uma guitarra reverberada. É uma faixa única no álbum e era bom se fosse este o tema que estabelecesse a base para todo o álbum. É uma música sóbria e que dá espaço na lista. Cresce em valor quantas mais vezes se ouve o álbum. Depois vem “My Mind Is Filled With Stuff”, uma faixa instrumental com percussão de sabor desgastado após a música anterior. A maneira como o som está misturado parece deixar a desejar. À medida que o tema progride, os motivos musicais começam a ficar claros e o gosto que deixa ao terminar ganha valor com isso. Mas não é memorável e aguentar o hi-hat escondido lá ao fundo é algo penoso.

The Brian Jonestown Massacre

“Cannot Be Saved” faz que as três anteriores soem a falsa partida — é uma voz ecoada sobre cordas determinadas que completam perfeitamente a percussão cheia de personalidade. A distorção típica do garage rock alia-se à pandeireta característica da banda de forma estupenda. “A Word” constrói-se por partes no início e, prometendo muito, perde-se na estagnação psicadélica a meio e não chega a lado nenhum até que se absorva o instrumental. “We Never Had a Chance” apresenta mais uma letra derrotista típica do género, mas com uma interpretação bem conseguida apoiada por um instrumental mais relaxado que torna esta faixa numa das mais sonantes do disco e, como “Tombes Oubliées”, é outra faixa única. De seguida, em “To Sad To Tell You”, continua-se o ímpeto do tema anterior: Newcombe volta à interpretação de qualidade numa música de destaque já embrenhada no espírito do álbum. É o ponto alto, é aqui que é suposto sentirmo-nos dentro do álbum e, de facto, há tudo para isso, naquela que é possivelmente a melhor música do disco.

Na saída, temos primeiro “Remember Me This”, que surge quando o álbum ainda estava a ganhar interesse e parece que o já querem acabar. Limita-se a desfazer a progressão estabelecida com as faixas anteriores e volta ao início, sobretudo na percussão. As guitarras podem ser chamativas e a bateria contagiante, mas quando a música acaba não resta nada. Depois temos “What Can I Say“, a última faixa, demasiado reminiscente de trabalhos anteriores da banda, no pior sentido possível. A interpretação menos ortodoxa nos vocais perde-se no instrumental clichê, atormentado pela pandeireta usada em várias faixas anteriores e que nos faz desejar o regresso de “Cannot Be Saved“, pois era por lá que mais valia ter ficado.

Indo buscar o ADN às origens da banda e não o conseguindo evoluir, o homónimo é algo monocromático e saturado sobre si mesmo, The Brian Jonestown Massacre varia o registo com demasiada segurança. Enquanto que há faixas dignas do historial da banda, poucas são as que impressionam realmente. Apesar de tudo, este é um lançamento com a capacidade de agradar aos fãs mais fiéis da longa discografia da banda. As letras não são nada de extraordinário mas este nunca foi o ponto forte do grupo. No final de contas, o coração do álbum encontra-se no meio, o início não cola e o fim não passa de dois retalhos do passado dos quais se retira pouca substância. Ficam “Tombes Oubliées” com a sua unicidade, “Cannot Be Saved” com o fulgor das suas guitarras, “We Never Had a Chance” com a interpretação refrescante e, no destaque, “To Sad To Tell You”, a estrela da listagem com a sua percussão climática e cordas variadas e harmoniosas.

À semelhança do álbum do ano transato, Something Else, quando posto ao lado do disco de há dois anos, Don’t Get Lost, este álbum em nome próprio sabe a pouco. Já com Something Else havia a sensação de saturação — parece que há um loop na criatividade da banda que está a ser, infortunadamente, consagrado a cada lançamento. Preso no tempo, The Brian Jonestown Massacre só vem assentar a ideia de que se vai afastando a marca que a banda deixou com Thank God for Mental Illness e o impacto de músicas como “Anemone”, “Malela” ou “(David Bowie I Love You) Since I was Six”.

Se quiseres ajudar a Comunidade Cultura e Arte, para que seja um projecto profissional e de referência, podes apoiar aqui.


Deixa o teu comentário, aqui:

Tags: garage rockpsych rockRockShoegazeThe Brian Jonestown Massacre

Artigos Relacionados

Primeiro álbum dos Foo Fighters foi editado há 25 anos

Primeiro álbum dos Foo Fighters foi editado há 25 anos

por José Malta
4 Julho, 2020
0

Em 1995, um ano após a trágica e inesperada morte de Kurt Cobain, muitos dos amantes do rock característico dos...

“Children Playing Adults” mostra a adolescência e o despertar dos Balter Youth

“Children Playing Adults” mostra a adolescência e o despertar dos Balter Youth

por Lucas Brandão
23 Abril, 2020
0

Com origens na cidade do Porto, os Balter Youth são mais um projeto musical nacional dos últimos anos, despertando durante...

Em “The New Abnormal”, os The Strokes inovam sem perder a sua identidade

Em “The New Abnormal”, os The Strokes inovam sem perder a sua identidade

por Miguel de Almeida Santos
11 Abril, 2020
0

Findos quase 20 anos desde o lançamento de Is This It, o estatuto icónico dos The Strokes mantém-se e a...

Yves Tumor é rock star futurista em “Heaven to a Tortured Mind”

Yves Tumor é rock star futurista em “Heaven to a Tortured Mind”

por Bernardo Crastes
8 Abril, 2020
0

Quem tenha visto Yves Tumor ao vivo no último ano, sabe que Heaven to a Tortured Mind é verdadeiramente o...

RIDE e a viagem de nowhere até ao Porto

RIDE e a viagem de nowhere até ao Porto

por Inês Moura Pinto
18 Fevereiro, 2020
0

A banda de rock alternativo RIDE estreou-se em nome próprio no Porto na passada terça-feira e fez o Hard Club...

A lendária banda de shoegaze Ride actua em Lisboa e no Porto

A lendária banda de shoegaze Ride actua em Lisboa e no Porto

por Redacção
3 Fevereiro, 2020
0

Os lendários RIDE actuam em Portugal pela primeira vez em concerto em nome próprio, já este mês, pela mão da...

Assina a nossa Newsletter

Recebe em primeira mão, todas as novidades da Comunidade Cultura e Arte

Os mais Populares

“Deus Cérebro”. RTP1 estreia série documental sobre o cérebro humano

“Deus Cérebro”. RTP1 estreia série documental sobre o cérebro humano

7 Janeiro, 2021
Presidenciais 2021

Presidenciais 2021

15 Janeiro, 2021
Nick Cave: “São os artistas que vão para lá das fronteiras socialmente aceites e que nos trarão novas ideias sobre o que significa estar vivo”

RTP2 exibe concerto de Nick Cave & The Bad Seeds na Royal Arena de Copenhaga

21 Janeiro, 2021
Dino D’Santiago, Sara Tavares e Mayra Andrade assinam petição para que seja feita nova versão portuguesa de “Soul”

Dino D’Santiago, Sara Tavares e Mayra Andrade assinam petição para que seja feita nova versão portuguesa de “Soul”

2 Janeiro, 2021

Sobre a Comunidade Cultura e Arte

A Comunidade Cultura e Arte tem como principal missão popularizar e homenagear a Cultura e a Arte em todas as suas vertentes.

A Comunidade Cultura e Arte procura informação actual, rigorosa, isenta, independente de poderes políticos ou particulares, e com orientação criativa para os leitores.

ver mais

Segue-nos no Facebook

Segue-nos no Instagram

Seguir

  • 253
    Apoia-nos pelo Patreon  Segue pelo link das nossas stories ou da nossa bio  Se tiveres du  vidas envia-nos uma mensagem
  • 2.5k
    A Billie Eilish e a Rosal  a juntaram-se num novo single   Lo Vas A Olvidar   J   ouviram
  • 1.4k
    Ontem foi o dia mundial do abrac  o  Este dia foi criado por Kevin Zaborney e foi comemorado pela primeira vez em 1986  nos EUA   Sa  o dias complicados para abrac  os mas quem os puder dar que os de   e que os valorize ainda mais    Filme     L ami de mon amie     1987  Realizado por  Eric Rohmer
  • 3.6k
    Filme     Pr  nom Carmen     1983  Realizado por  Jean-Luc Godard
  • 569
    Um pensamento poli  tico         Antes de tudo  Eu vou votar  Considero o voto seguro  e considero a democracia a maior conquista da nossa civilizac  a  o  Com ma  scara  dista  ncia e lavagem de ma  os  sinto que me estou a proteger e a respeitar os demais          Cro  nica do me  dico Gustavo Carona      Le   o texto completo no nosso site
  • 560
    Um partido    anti-sistema    com 22    portugueses de bem    que s  o alguns dos piores que temos no sistema         Recentemente  fiquei a saber que o Andr   Ventura    de longe o candidato   s presidenciais mais categoricamente rejeitado pelos portugueses inquiridos numa sondagem do Jornal de Not  cias  Nenhum outro candidato    encarado com tamanha rejei    o  65    Sinceramente  n  o estou admirado  H   dois dias falava com uma senhora de 76 anos que o descrevia como    um trafulha     Nas conversas que tenho tido com outros populares  incluindo os menos politizados  fiquei com a sensa    o de que  regra geral  as pessoas desconfiam que ele    um charlat  o  algu  m que n  o    de confian  a          Cr  nica de Jo  o Pedro Martins      L   o texto completo no nosso site      Matthew Ansley   Unsplash
  • 645
    Esta  s na linha da frente no combate a   pandemia  Envia-nos o teu testemunho        Ilustrac  a  o de Vanessa Santos   vanessa s illustration
  • 606
    Sobre a actual transpare  ncia da tolice ou do politicamente imbecil     Longe va  o os tempos em que o senso comum significava um conhecimento que ainda possui  a uma candura inge  nua  A necessidade de consta  ncia de uma cade  ncia vital cuja vida pra  tica  desde sempre  perpetuou  fez com que homens e mulheres anexassem ao suor do seu labor  a necessidade de um dispositivo psicolo  gico autopacificador          Cro  nica de Cla  udio Azevedo  professor de filosofia     Le   o texto completo no nosso site
  • Sobre a CCA
  • Privacidade & Cookies
  • Apoiantes
  • Parceiros
  • Fala Connosco Aqui

CCA 2019 © Todos os direitos são reservados.

No Result
View All Result
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS

CCA 2019 © Todos os direitos são reservados.