Scorsese descreve “The Irishman” como um filme sobre “a mortalidade, o desenrolar de uma vida e a experiência humana imediata”

por Comunidade Cultura e Arte,    22 Outubro, 2019
Scorsese descreve “The Irishman” como um filme sobre “a mortalidade, o desenrolar de uma vida e a experiência humana imediata”
PUB

Martin Scorsese apresentou ontem o seu novo filme “The Irishman” no Festival Internacional de Cinema de Roma com a produtora Emma Tillinger Koskoff. A história de “O Irlandês” (título em português) gira em torno da história do líder sindical e autor Jimmy Hoffa e conta com Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci, Harvey Keitel, Ray Romano ou Bobby Cannavale no seu elenco.

“Ao longo dos últimos 20 anos, muitas coisas mudaram no cinema. Essas mudanças ocorreram a todos os níveis, desde a maneira como os filmes são feitos ou até na forma como são vistos e discutidos” (…) “bons filmes de verdadeiros cineastas não são feitos para serem cotados, consumidos ou compreendidos instantaneamente” escreveu Scorsese, em 2017, num artigo de opinião ao The Hollywood Reporter.

Segundo o The Hollywood Reporter, no Festival Internacional de Cinema de Roma, onde o novo filme de Scorsese era o centro das atenções, o realizador descreveu “The Irishman” como um filme sobre “a mortalidade e o desenrolar de uma vida” ou “a experiência humana imediata” e com a qual ele espera que alguém se possa relacionar.

O realizador também continuou o tema polémico sobre a Marvel e os filmes de super-heróis: “A solução que eu espero é que os cinemas continuem a apoiar o tipo de cinema narrativo“, disse Scorsese, citando outros cineastas como referência: Noah Baumbach, Wes Anderson ou Paul Thomas Anderson.
Scorsese continuou a criticar o que agora é visto como cinema, e foi mais longe ao lamentar como os jovens de hoje em dia vivenciam a vida e entendem (ou deixam de entender) as consequências da história. O seu principal desejo, enquanto cineasta, é que “os cinemas apoiem os filmes. Mas agora os cinemas parecem apoiar principalmente parques temáticos ou de diversões e os filmes de BD. Estes filmes estão a assumir os cinemas e acho que eles podem ter esses filmes (…) só que isso não deve se tornar no que os nossos jovens acreditam ser o cinema.

Ainda sobre “The Irishman”, Scorsese disse que é “bastante triste” que a vida de Jimmy Hoffa seja hoje amplamente desconhecida :”por mais conhecido que fosse, o tempo acabou com ele“, acrescentou o realizador que ainda foi mais longe dizendo que “Este é o mundo em que vivemos. Não sei o que os nossos filhos fazem com todos esses dispositivos. Eles percebem a realidade de maneira diferente. Percebem até o conceito de como a história deveria ser [diferente] ”.

“The Irishman” estreia em Portugal em exclusivo na Netflix a 27 de Novembro.

Gostas do trabalho da Comunidade Cultura e Arte?

Podes apoiar a partir de 1€ por mês.

Artigos Relacionados