Comunidade Cultura e Arte
No Result
View All Result
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS
No Result
View All Result
Comunidade Cultura e Arte
No Result
View All Result

Rui Rio passou os limites

por Luís Osório
11 Novembro, 2020
em Crónicas
Rui Rio passou os limites

Parlamento Português / Fotografia de Carlos Pombo, 2009

Comparar o Chega ao Partido Comunista ou ao Bloco de Esquerda é pornográfico.

Mais pornográfico do que o acordo PSD com o Chega nos Açores – e do reiterar por parte de Rui Rio da disponibilidade para que esse acordo possa ser nacional – é o repetir do argumento de que não faz sentido criticarem o PSD por se aliar ao Chega quando o PS se aliou ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda.

Um argumento ensaiado por vários comentadores dispersos por aqui e por ali. E repetido até à náusea nas redes sociais por pessoas comprometidas com a possibilidade de uma nova ordem à direita.
O Partido Comunista e o Bloco de Esquerda são tão maus ou piores do que o Chega é o mantra que passou a ser uma palavra de ordem. E é isso que iremos ouvir nos próximos larguíssimos meses.

Comparar um partido com simpatias pelo fascismo, um partido que faz pactos com movimentos populistas em toda a Europa, um partido que deseja o regresso da pena de morte, que quer vigiar muçulmanos e expulsar ciganos, que grita aos quatro ventos que deseja instaurar uma “quarta República” e um partido em que militantes chegaram a defender que as mulheres que abortam deveriam ficar sem ovários não pode ser comparável – nem por brincadeira – ao Partido Comunista.

E o simples facto de isso ser ensaiado por gente do PSD – em nome da ambição do poder, é a triste prova de que em nome da vingança em relação a António Costa irá valer tudo – até um pacto com o demónio.

Vamos lá a ver.

O Partido Comunista é um partido com 100 anos. Ao longo da sua história viu largas centenas de militantes morrerem em nome de uma ideia de libertação do fascismo salazarista.
Enquanto os outros desistiam o PCP manteve-se na luta. Não desistiu. Não se rendeu. Milhares foram torturados, centenas mortos, quase todos viram as famílias ser atingidas, chantageadas, todos deixaram de ter a possibilidade de trabalhar ou de existir como seres humanos.

E nesse combate inclemente contra a ditadura estiveram ao lado e participaram em campanhas políticas de apoio a figuras que não eram comunistas.

Norton de Matos e Humberto Delgado foram apoiados fortemente pelo PCP.
Da mesma maneira que estiveram ao lado de projetos que aglutinavam muitos outros democratas não-comunistas como a CDE (apenas para dar um exemplo).
Já agora, em 1975, no final do PREC, quando todos vaticinavam que o PCP iria tomar o poder por ter, aparentemente, o controle do poder militar e das armas, foi Álvaro Cunhal e o seu secretariado quem travou a possibilidade.

E essa foi a razão para que Melo Antunes, o ideólogo do 25 de Novembro, tenha ido à televisão defender os comunistas e defini-los como essenciais à democracia.
Na história da democracia portuguesa nunca existiu, e já lá vão quase 50 anos, o mínimo deslize institucional. Nos sindicatos ou nas câmaras municipais os comunistas deixaram a sua marca sem nunca colocarem em causa a democracia que ajudaram a fundar.

É chocante ver alguma gentalha comparar os comunistas com o Chega.

Chocante comparar homens e mulheres que se sacrificaram e ofereceram a sua vida, com pessoas como André Ventura e os que o seguem.
Gente como António Dias Lourenço (e poderia falar de tantos outros ou outras), sempre de sorriso franco, sempre capaz e disponível para um abraço, mas sempre com o ímpeto da luta, do combate por uma revolução em que acreditou até regressar à clandestinidade aos 95 anos.

É o que penso quando nele penso. Regressou à clandestinidade, nunca me passa pela cabeça que tenha morrido.

É o que penso, sim.

No seu regresso a Vila Franca e ao Alentejo onde conseguiu que tantas centenas acreditassem que era possível derrubar Salazar (Saramago dedicou-lhe Levantado do Chão). No seu regresso a Peniche onde voltará a dar um salto de 30 metros para as águas de onde nenhum cabrão de nenhum PIDE acreditou que fosse possível escapar. No seu reencontro com o filho de dez anos, António como ele, que viu morrer com uma leucemia. Estava na cadeia e Salazar concedeu-lhe dez minutos para se despedir da criança.

Contou-me, sabem?

É como se o ouvisse. “Custou-me tanto. Queria bater aos guardas, mas seria a última imagem que o filho levava do pai. Tive de me fazer de forte, sorrir e dizer ao António que brevemente nos iríamos voltar a ver”.

Como é possível comparar?

E como é possível comparar o Chega e tudo o que defendem com um partido como o Bloco de Esquerda?

Um partido maioritariamente composto por gente que não viveu em ditadura, composto por jovens anticapitalistas (é certo), mas que mantém na sua matriz o idealismo de Miguel Portas, Fernando Rosas ou Luís Fazenda. E será André Ventura comparável a estes três fundadores ou a Francisco Louçã?

Não sou comunista ou bloquista, mas este é um tempo em que as pessoas têm de perceber muito bem o que está em jogo.

Faz sentido que o PSD esteja magoado com a “geringonça”, sou capaz de compreender com facilidade a acidez. Deve ter custado. Mas há limites. E Rui Rio acabou de passar esses limites.

Um partido democrático não se pode coligar ou entender com um partido como aquele. Não é simplesmente possível. Porque se for possível então tudo é possível.

Se quiseres ajudar a Comunidade Cultura e Arte, para que seja um projecto profissional e de referência, podes apoiar aqui.

Artigos Relacionados

“L.A. Woman” dos The Doors celebra 50 anos

“L.A. Woman” dos The Doors celebra 50 anos

por José Malta
18 Abril, 2021
0

A 19 de Abril de 1971, os The Doors lançavam o seu sexto álbum de estúdio, intitulado por L.A. Woman. A...

O “Princípio” de “Princípio, Meio e Fim”

O “Princípio” de “Princípio, Meio e Fim”

por Gustavo Carvalho
18 Abril, 2021
0

Em primeiro lugar, não gosto de começar textos com “em primeiro lugar”, mas este impõe que assim o seja: o...

“Catarina e a beleza de matar fascistas” regressa aos palcos no Teatro Nacional D. Maria II

“Catarina e a beleza de matar fascistas” regressa aos palcos no Teatro Nacional D. Maria II

por Redacção
18 Abril, 2021
0

"Catarina e a beleza de matar fascistas", de Tiago Rodrigues, marca a reabertura da Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, no...

Vasco Completo estreia-se com o disco “Wormhole”

Vasco Completo estreia-se com o disco “Wormhole”

por Redacção
18 Abril, 2021
0

Para alguns artistas, isso é uma missão para a vida inteira; no caso do Vasco, essa é a única maneira...

Do gosto

A bula, essa arte esquecida

por Nuno Miguel Guedes
18 Abril, 2021
0

Pode ser dos dias, pode ser de mim, pode ser de ambos. A verdade é que, sem aviso nem remédio...

Está quase, já passou

Da infância

por Valério Romão
18 Abril, 2021
0

Bukowski escreve algures, num poema dedicado ao pai: «mas sobrevive-se: o suicídio antes dos dez anos / é raro.» De...

Assina a nossa Newsletter

Recebe em primeira mão, todas as novidades da Comunidade Cultura e Arte

Os mais Populares

Óscares 2021: onde ver os filmes nomeados, em streaming ou de forma gratuita

Óscares 2021: onde ver os filmes nomeados, em streaming ou de forma gratuita

12 Abril, 2021
RTP2 exibe concerto de Harry Styles em Manchester

RTP2 exibe concerto de Harry Styles em Manchester

30 Março, 2021
Comissão Europeia propõe manter “fim do roaming” durante mais 10 anos e quer preço e velocidade iguais em toda a UE

Comissão Europeia lança plataforma de acesso aberto para a publicação de artigos científicos

24 Março, 2021
“At Eternity’s Gate”. Filme sobre a vida do pintor Vincent Van Gogh está disponível na RTP Play

“At Eternity’s Gate”. Filme sobre a vida do pintor Vincent Van Gogh está disponível na RTP Play

15 Abril, 2021

Sobre a Comunidade Cultura e Arte

A Comunidade Cultura e Arte tem como principal missão popularizar e homenagear a Cultura e a Arte em todas as suas vertentes.

A Comunidade Cultura e Arte procura informação actual, rigorosa, isenta, independente de poderes políticos ou particulares, e com orientação criativa para os leitores.

ver mais

Segue-nos no Facebook

Segue-nos no Instagram

Seguir

  • Sobre a CCA
  • Privacidade & Cookies
  • Apoiantes
  • Parceiros
  • Fala Connosco Aqui

CCA 2019 © Todos os direitos são reservados.

No Result
View All Result
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS

CCA 2019 © Todos os direitos são reservados.

Go to mobile version