Recomendações de música, cinema, livros e restaurantes (e não só)

por Bernardo Crastes,    5 Junho, 2020
Recomendações de música, cinema, livros e restaurantes (e não só)
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Em jeito de uma rubrica semanal muito informal, os nossos editores darão recomendações semanais aos nossos apoiantes/patronos sobre filmes, álbuns, livros ou qualquer outra coisa que tenham andado a ver e que gostariam de recomendar. Ora, eu, como editor de música, focar-me-ei mais nessa parte. Aqui seguem algumas das minhas recomendações:

— Para ouvir: tenho andado louco com a nova vaga de música latina, nomeadamente da América do Sul, que tem surgido desde há uns cinco anos, pela mão de produtores que unem a electrónica a sonoridades indígenas e até alguns sons mais mainstream, como o reggaeton ou a cumbia, de forma bem interessante. Nicola Cruz, Chancha Via Circuito, Lagartijeando, El Búho ou Lido Pimienta são alguns dos nomes que valem a pena conhecer. Para versões mais originais, uma recente estadia no Peru abriu-me as portas a clássicos do país, como Chabuca Granda ou a música negra de Susana Baca (ex-ministra da Cultura peruana).

Mais perto de nós, mas também na charneira entre o tradicional e o moderno, temos a nova música galega, dos quais recomendo Baiuca (o álbum Solpor e o EP Misturas são excelentes) e Rodrigo Cuevas, cujo último álbum, Manual de Cortejo, foi produzido por Raül Refree (antigo colaborador de Rosalía) e é um dos melhores que ouvi no último ano. Com uma produção mais moderna, mas com sonoridade bem assentes no tradicional, o álbum conjunto de Xabier Díaz e das Adufeiras de SalitreAs Catedrais Silenciadas, une o acolhedor som do adufe ao cantar polifónico típico do norte da Península Ibérica.

No que toca à melhor música nova, os últimos álbuns de Perfume Genius e Fiona Apple são óptimos regressos. O primeiro deles comprova a trajectória estelar de Mike Hadreas como um dos melhores cantautores do rock alternativo actual.

— Para ver: tenho andado numa onda mais saudosista, ao rever as hilariantes séries veteranas “Arrested Development” e “Community” (esta recém-adicionada ao Netflix), e a explorar os filmes do estúdio Ghibli — dos quais destaco o clássico inocente “Totoro”, o devastador “Grave of the Fireflies” ou o jubiloso “Kiki, a Aprendiz de Feiticeira”.

— Para ler: sinceramente, tenho andado preguiçoso no que toca à leitura, mas um livro que vale sempre a pena ler é “Zorba, o Grego”, de Nikos Kazantzakis, com uma das personagens principais mais magnéticas da literatura. Para quem gosta de ficção científica, as edições mais recentes da Penguin dos livros de John Wyndham são um prazer de ter na estante, pelo seu design gráfico maravilhoso, mas “The Midwich Cuckoos” é uma história interessantíssima. Dado o meu recente interesse em web design, tenho-me entretido a ler os artigos de tendências do site It’s Nice That, que me reencaminham sempre para experiências digitais fantásticas.

— Para comer/beber: entrámos agora nos meses sem um ‘r’ no nome, o que significa que é época de caracóis! Em Lisboa, destaco os clássicos GermanoPomar de AlvaladeO Cardoso do Estrela de Ouro, mas, sendo de Portalegre, não podia deixar de falar da óptima versão do Cantinho do Pescador, restaurante localizado na Ribeira de Nisa que se especializa em peixes de rio, mas cujos pratos são normalmente excelentes. Fica a sugestão para a refeição durante uma visita ao Parque Natural da Serra de S. Mamede — uma boa ideia para um passeio pós-confinamento.

Adicionalmente, para quem vive na zona de Lisboa, os rapazes da Equal Food Co. estão a ajudar agricultores em dificuldades ao escoar os seus produtos não aptos para venda em superfícies comerciais. Nestas semanas, têm estado a distribuir abacates, framboesas e mirtilos fabulosos a preços apelativos. Se estiveres interessado, envia-lhes um e-mail ou contacta-os através do Instagram.

— Para fazer: disse a mim mesmo que não ia deixar a pandemia levar o melhor de mim, por isso dei a volta por cima e decidi começar uma pós-graduação e jogar ténis mais recorrentemente. Não há uma má altura para investir em nós mesmos, basta encontrarmos aquilo que nos faz sentido.

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