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PAUS: “Hoje em dia não é mais fácil viver da música, é mais fácil viver a música”

por João Rosa
19 Maio, 2018
em Entrevistas, Música
PAUS: “Hoje em dia não é mais fácil viver da música, é mais fácil viver a música”

Fotografia de Tomás Brice

No passado mês de Abril, os PAUS lançaram o seu quarto longa-duração, Madeira, cujo resultado adveio parcialmente de uma residência artística feita na ilha com o mesmo nome. O teclista da banda, Fábio Jevelim, respondeu a questões da Comunidade Cultura e Arte acerca de temas como o novo álbum, a mudança do som da banda e a cultura musical portuguesa contemporânea.

Já tinham os instrumentais de Madeira antes de ser confirmada a vossa partida para a ilha (onde gravaram então os vídeos). Acabaram por adaptar o som e conceito do álbum a pensar na Madeira, ou foi um encaixe natural?
No instrumental não, mas nas letras já há alguma Madeira, visto que recebemos a proposta de ir para lá fazer esta cena entre a gravação do instrumental e as vozes. A Madeira acabou por ser uma influência visual para o artwork e vídeos, e uma influência conceptual no nosso imaginário, que acabou por dar em algumas letras, nomes de músicas e, claro, no nome do álbum.

Quanto à opção de fazer um vídeo para cada uma das nove faixas do álbum, isso surge como opção narrativa ou como contexto em que encaixam o vosso som?
Como tivemos esta oportunidade, desafiámos o nosso amigo Ernesto Bacalhau para dar imagem ao nosso álbum, assim o público acaba por ter duas experiências artísticas diferentes, visto que tens outro artista a interpretar o álbum.

Encontramos uma exploração sonora diferente em Madeira: mais ácida, electrónica e dada a um certo psicadelismo espacial, em relação aos vossos álbuns anteriores. É uma alteração consciente em que se decidiram focar mais?
Não é consciente, na altura estávamos a ouvir bastante dub e reggae – acho que as cenas expansivas até podem ir mais por aí – mas claro que, com todas as influências que temos, acaba por ficar uma mistura aberta à interpretação de cada um, e o rock psicadélico tal como a musica eléctronica sempre fizeram parte das nossas vidas, portanto acabas por sentir isso tudo.

Da mesma forma, as vozes – pouco presentes nos vossos lançamentos antes de Mitra – marcam presença em quase todas as faixas de Madeira. Como surge esta mudança?
Também de forma natural. No Mitra até nos estava a apetecer fazer canções, então tinha naturalmente mais vozes, mas neste álbum as vozes acabaram por sair naturalmente e curtimos, portanto ficou assim.

No vosso track-by-track, referem as inspirações de cada música, muitas vezes partindo do quotidiano ou de estilos musicais que as mesmas exploram. Esta fase de inspiração vem antes ou depois de já terem algum material composto para adaptar os temas?
Toda a inspiração musical vem da tua vida, sendo o que ouves, o que sentes, o que não sentes, etc. Como nós fazemos o álbum directamente em estúdio sem ensaios de composição, muitos takes que ouves foram o primeiro take, logo a fase de inspiração vem do que foi vivido/ouvido antes, mas surge na altura.

Mencionam no passado que a vossa música é composta “como música electrónica”, pedaço a pedaço, sem as tocarem ao vivo. Tendo em conta a complexidade das várias camadas e texturas presentes em Madeira, quão difícil é esta transição?
Em todos os álbuns temos algumas músicas que dão mais luta a transpor, mas acabamos por conseguir dar a volta e já nos habituámos a estar em sítios desconfortáveis tecnicamente; isso também te dá pica porque acabas por evoluir com esses desafios e não estagnas enquanto músico.

Ao vivo, são conhecidos por performances musculadas em relação ao material em álbum. Tendo em conta as novas faixas, poderemos esperar ver uma aproximação mais cósmica?
Temos uns visuais mais cósmicos, mas a verdade é que PAUS ao vivo é sempre uma brita mais pesada. O que podem esperar é uma entrega sincera como sempre a fizemos, seja mais ácido ou menos ácido.

Fotografia de Tomás Brice

Apesar de partirem de géneros diferentes, sempre tiveram uma relação especial com o hip-hop e a música electrónica (como, aliás, provaram no Red Bull Music Culture Clash). É algo que vêm apenas como um extra à vossa música, ou será que podemos ter esperança de ver nascer um projecto em redor deste conceito?
São dois estilos musicais que fazem parte da nossa vida e acabam por nos influenciar, mas claro que não vamos começar a cuspir rimas nem substituir as baterias por DJs. Agora, podemos fazer cenas interessantes com convidados que sabem o que fazem nesses estilos musicais – como fizemos no Culture Clash – e acabamos por ganhar.

Diziam numa entrevista anterior, da altura de Mitra, que uma editora a sério deve educar as pessoas também para o que elas ainda não sabem querer ouvir. Estar nesta crista da onda é importante para vocês, mesmo que comprometa um som de assinatura?
Uma editora inteligente faz esse trabalho e não se limita apenas a mandar cenas básicas cá para fora. Felizmente, hoje em dia tens muitas mais formas de educar o ouvido das pessoas e mostrar coisas novas que não dependem de uma editora; a internet serve para isso mesmo. Mas é importante que as editoras apostem em cenas diferentes e as impulsionem do underground – seja uma major ou uma independente. Estar na crista da onda não é coisa que nos preocupe; como músicos interessa-nos fazer cenas novas e não o que já está feito na crista, portanto isso não compromete o nosso som, até porque não estamos a pensar no agora, mas sim no depois.

A cultura suburbana de Lisboa está muito presente na vossa vida e na vossa música. Como frequentadores do meio artístico da cidade, como vêem o que aconteceu nos últimos anos, com o surgimento e exposição de um grande número de projectos musicais (por exemplo, Cafetra/Xita/Maternidade num lado mais DIY, Labareda/AVNL/Rádio Quântica na electrónica, Príncipe Discos/Cachupa na influência afro)? É um fenómeno que já acontecia antes (com menor popularidade), ou estamos de alguma forma a atravessar uma época especial?
Todos esses exemplos já aconteceram antes, desde putos que sempre houve movimentos de misturas musicais e DIY, de colectivos de pessoas a fazerem coisas diferentes ou com menos meios. Hoje em dia tens é uma melhor forma de comunicação que acaba por chegar a mais pessoas – e ainda bem, porque finalmente esses artistas já conseguem pôr as pessoas a ouvir o que fazem sem terem que andar a escavar público que não entende a cena deles fora do seu meio, nem andarem a fugir à bófia a colar cartazes para dar a conhecer a sua arte. De qualquer forma, estamos a viver uma época musical bastante especial porque temos muitas mais coisas feitas com amor e a serem conhecidas fora das caves, e isso é o que a música deve ser!

Da mesma forma, o número e a variedade de eventos centrados na música – um pouco por todo o país – tem sido cada vez mais publicitado, tanto nacional como internacionalmente. É hoje em dia mais fácil viver da música?
Hoje em dia não é mais fácil viver da música, porque antigamente havia mais dinheiro e menos bandas, portanto tinhas pessoal a fazer bué dinheiro com a música; mas hoje em dia é mais fácil viver a música e essa merda não tem preço. Prefiro ganhar menos dinheiro e ter uma abundância musical com um espectro alargado e bué interessante, do que ‘tar cheio de guito e só ter 10 bandas portuguesas para ir ver ao vivo. A nossa geração de músicos já se habituou a não viver na fantasia de ficar rico com a música, mas pelo menos entrega-a com amor; se der dinheiro, fixe; se não der, pelo menos foi entregue de coração aberto e passaram-se umas boas noites.

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Tags: entrevistaFábio JevelimPAUS

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