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O primeiro voo de Guilherme Geirinhas

Após "Modo Voo", o seu primeiro espetáculo a solo de stand-up comedy, resta saber o que vem depois do "leite e dos cereais"

por Gustavo Carvalho
5 Julho, 2020
em Artes
O primeiro voo de Guilherme Geirinhas

Fotografia de Guilherme Martins

O comediante Guilherme Geirinhas lançou-se ao stand-up comedy com “Modo Voo”, que estreou dia 25 de outubro de 2018. Em 2019, ainda percorria o país, esgotando teatros e a fazer rir quem passou por eles. A última oportunidade para assistir a Modo Voo foi dia 6 de dezembro de 2019, em Carcavelos, numa sessão dupla que terminou já perto das duas da manhã.

Longe vão os anos do quarteto humorístico Bumerangue. Carlos Coutinho Vilhena, Guilherme Geirinhas, Manuel Cardoso e Pedro Teixeira da Mota juntaram-se através da rede social Vine (atualmente extinta) e começaram a idealizar uma série de sketches humorísticos. Em 2014, lançaram o primeiro vídeo no YouTube. Um ano depois, já tinham duas temporadas na SIC Radical e um futuro promissor no mundo da comédia – o caminho ditou que teriam de o percorrer a solo.

Depressa os quatros comediantes começaram a publicar conteúdos regulares nas suas redes sociais, ganhando milhares de seguidores. A partir daí cada um começou a construir a sua carreira: Carlos Coutinho Vilhena esgotou várias salas como o seu solo – “Meta” – e teve uma das séries de maior sucesso em 2019 – “o resto da tua vida”. Manuel Cardoso já produziu dois espetáculos a solo – “1994” e “FARSA” – e faz parte da equipa de guionistas do programa que Ricardo Araújo Pereira tem na SIC. Pedro Teixeira da Mota estava na estrada com o seu segundo espetáculo a solo – “Caramel Macchiato” – com o qual já esgotou por três vezes o Coliseu de Lisboa. Guilherme Geirinhas procura o seu espaço no meio da comédia e “Modo Voo” foi o primeiro passo na tentativa de afirmação.

(GUILHERME MARTINS)
Fotografia de Guilherme Martins

A viagem começou em Coimbra e teve como destino final Carcavelos. Um ano e um mês a visitar várias cidades do país, algumas em várias ocasiões. A despedida contou com dois espetáculos na mesma noite. Guilherme teve direito a 15 minutos de intervalo entre ambas.

Na primeira sessão da noite há uma surpresa. Aparentemente “Modo Voo” é também uma prenda de aniversário para uma das espetadoras. “Uma rapariga veio vendada”, avisa Ricardo Soares, produtor de Guilherme Geirinhas, da agência KILT. Faltam poucos minutos para subir a palco pela primeira vez. Antes é António Azevedo Coutinho quem se apresenta. “Tenho feito algumas datas desta tour, não todas”, explica o comediante. Há uns anos começou a fazer stand-up, mas decidiu parar. Desde que regressou à comédia atua regularmente.

Numa tournée de um espetáculo de stand-up, o habitual é o texto que o comediante leva a palco estar fechado, salvo alterações mínimas que possam existir, mas como refere Guilherme, no caso de “Modo Voo” isso não acontece: “Como sou um overthinker natural a tendência foi sempre para ir acrescentando coisas. Claro que antes da tour fiz imensas sessões de teste e já vinha com o texto como queria. Nunca fiquei foi satisfeito com a primeiro versão e fui limando até ter algo que eu sentia que tinha dignidade para ir a palco. Eu acho que esse é o maior desafio de um artista. É tu no fundo nunca estares satisfeito e chegares a um ponto em que te orgulhes do texto.”

Durante o espetáculo nota-se a influência clara, e assumida, de Bo Burnham. O comediante americano inspira Guilherme Geirinhas, não só na comédia – também no aspeto estético. Desde o jogo de luzes, ao fumo e à música, tudo está pensado ao pormenor, porque, como ambos referem “a arte é uma mentira”. As interações com o público são uma constante e o facto de a sala ser pequena ajuda a criar intimidade com o público.

Fotografia de Guilherme Martins
Fotografia de Guilherme Martins

Guilherme começou por ingressar no curso de Medicina, mudou para Gestão e acabou a trabalhar como publicitário – o percurso até à vida de comediante foi irregular, havia receio de que não conseguisse ser bem sucedido. “Eu era um gajo um bocado borrado para fazer stand-up. Antes de entrar em palco estou sempre a dois batimentos cardíacos de falecer. Arrependo-me sempre de fazer isto cada vez que vou para palco, se bem que hoje em dia já estou mais resolvido. Depois de ter visto que, no fundo, se um gajo trabalhar isto não é assim tão difícil, ganhei força para fazer um segundo [espetáculo a solo]. Quando comecei a minha posição era: ‘Quero fazer um e nunca mais faço. Depois posso-me dedicar a dar explicações de inglês e a escolher uma profissão mais tranquila’. Mas não, isto é um vício.”, admite o comediante.

Apesar de ser possível retirar outras coisas deste espetáculo, a única ambição que Guilherme tem é fazer rir quem está presente. Mas os gostos do público e do comediante nem sempre coincidem. Guilherme desenvolve: “Acho que há uma síndrome dos criadores: as coisas de que nós mais gostamos são aquelas que menos batem. Eu tenho uma piada que adoro no espetáculo, nunca resulta, mas mantive-a. Quer dizer… resulta, mas não é uma piada A, diria que numa escala de A a D é uma piada C. É um bocado meta, se um humorista for ver o espetáculo se calhar adora a piada, mas uma pessoa que não tem de saber as coisas da profissão não percebe tão bem.”

Ainda antes do início da noite, revelou-nos aquilo que teria feito de diferente nesta tour de “Modo Voo”, deixando claro que “mais difícil do que a tour é sempre o percurso até lá chegar, de criar público, sobretudo em zonas sem público urbano (sem nenhum perconceito com a palavra)”. Como o próprio admite, é preciso ter mais atenção quando cria conteúdos, para torná-los interessantes a todos os públicos, desde Lisboa, a Portalegre, às Regiões Autónomas e ao Algarve.

Nas redes sociais, abordou os últimos minutos do seu espetáculo. Porquê? Porque fala sobre o seu Transtorno de Ansiedade. É a parte mais pessoal do espetáculo e Guilherme considera também que é o seu melhor bit (um bit é uma parte de um espetáculo de comédia, no fundo é uma secção). Como explica, o espetáculo divide-se em “50 minutos de build-up” com piadas curtas, momentos nostálgicos que recordam séries juvenis e algumas observações à sociedade; e os “últimos 15 minutos”, onde passa de observador a protagonista e mostra-nos o seu Diário de Ansiedade. “Passa a ser o meu humor a observar-me a mim”, reconhece Guilherme.

Foi no seguinte post de instagram que o humorista clarificou o final do espetáculo: “Estou cansado de fazer humor com problemas que não tenho. Não me interessa se primeiro vem o leite ou os cereais, primeiro vem sempre a ansiedade” e admitiu que foi a primeira vez que falou desta condição em público.

No último momento de sempre de Modo Voo, Guilherme chamou a palco o produtor e, claramente emocionado, agradeceu ao público.

Depois de “Modo Voo” vem uma pausa curta para Guilherme Geirinhas. O próprio admite que um dia pode vir a afastar-se da comédia. Tem outros interesse que quer explorar, mas não significa que sejam incompatíveis. Contudo, para 2021 promete um novo espetáculo de stand-up – que na sua cabeça já começa a ganhar contornos (é importante ressalvar que isto foi dito antes da pandemia, os planos dos artistas, como se sabe, podem dar muitas voltas devido a esta situação). Ao vê-lo em Modo Voo dá para perceber que é obcecado com os detalhes. Mesmo que o conteúdo mude, ao longo da sua carreira essa será uma característica que vai manter. Agora a dúvida já não recai sobre o que vem primeiro, importa antes saber o que vem depois “do leite e dos cereais”. Se tudo correr bem, 2021 vai trazer a resposta.

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Tags: comédiaGuilherme Geirinhasmodo voostand-up

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