Novos leites Mimosa e Becel: frente a frente em 7 perguntas
O leite Mimosa com aveia ou amêndoa e a bebida vegetal Becel soja ou amêndoa chegaram recentemente aos supermercados, mas não são a mesma coisa. Saiba se servem para vegetarianos, intolerantes à lactose ou para quem precisa de controlar a gordura.
O aumento da procura de alternativas ao leite de vaca tem levado o mercado a responder através de diversos produtos, como é o caso dos recentemente lançados pela Mimosa e pela Becel. Contudo, na sua composição estas bebidas são muito diferentes. Analisámos os rótulos destas bebidas e comparámos com outras bebidas existentes.
1. De que são feitas estas bebidas?
Trata-se de produtos muito diferentes. Os leites Bem Especial Mimosa são bebidas feitas à base de leite de vaca, ao qual se adicionou um alimento de origem vegetal (amêndoa ou aveia). Os produtos da Becel são bebidas inteiramente de origem vegetal (soja ou amêndoa).
2. Os vegetarianos podem beber?
Os produtos criados pela Mimosa são de origem animal, uma vez que o principal ingrediente é o leite de vaca. Por essa razão, as bebidas da Mimosa não são adequadas a quem segue um regime alimentar vegetariano estrito (ou seja, vegano). Já as bebidas da Becel, por não conterem ingredientes de origem animal, são adequadas para vegetarianos, nomeadamente veganos.
3. São aptas para intolerantes à lactose e pessoas alérgicas à proteína de vaca?
Embora sejam feitas à base de leite, as bebidas Mimosa não contêm lactose, pois este açúcar já se encontra decomposto. Tal como outras bebidas com leite de vaca, as bebidas Mimosa não são aptas para pessoas com alergia à proteína do leite de vaca.
No caso da Becel, as bebidas podem ser consumidas por intolerantes à lactose e alérgicos à proteína do leite de vaca, uma vez que é um produto de origem vegetal, sem leite e, portanto, sem lactose ou proteína de leite de vaca.
4. Preciso cortar na gordura. Posso beber estes produtos?
Esta é uma das grandes diferenças entre os dois produtos. As bebidas Mimosa têm como base o leite de vaca magro, ou seja, um leite que foi desnatado e ao qual foi retirada a gordura quase integralmente, pelo que são muito pobres em gorduras. Este facto torna-as uma boa opção para quem procura uma dieta com baixo consumo de gorduras, nomeadamente saturadas (por exemplo, por ter colesterol elevado).
Contudo, é preciso ter em conta que, embora a Becel seja consideravelmente mais rica em gordura(apresenta o maior teor de gordura de todas as bebidas analisadas), contém gorduras saudáveis, o que poderá constituir um efeito protetor para o aparelho cardiovascular, e torna estes produtos fontes de ácidos gordos ómega 3.
5. Estas bebidas têm açúcar?
As bebidas Mimosa não têm adição de açúcar, ou seja, contêm apenas os açúcares naturalmente presentes no leite. Apesar disso, têm um teor de açúcar mais alto do que as da Becel.
As bebidas Becel têm adição de açúcar. Contudo, a quantidade total de açúcar é inferior às restantes bebidas vegetais que são líderes de mercado.
6. Ajudam a regularizar o trânsito intestinal?
Devido à adição de inulina, as bebidas Mimosa têm um elevado teor de fibra: um copo de 250 ml de bebida pode ter entre 3,5 a 4,5 g de fibra, o que representa cerca de 15% das necessidades de fibra diárias para um adulto. Quando comparados com todas as outras bebidas vegetais, as bebidas Mimosa são as que apresentam um nível mais elevado de fibra.
No caso da Becel, os valores de fibra são praticamente inexistentes, tal como acontece com as outras bebidas vegetais de amêndoa.
7. Têm tantos benefícios como comer aveia ou amêndoa na sua forma natural?
As bebidas vegetais ou os leites com adição de alimentos vegetais não substituem os alimentos dos quais são extraídos ou aos quais são adicionados, nestes casos, a soja, a amêndoa ou a aveia. Apesar de estas bebidas serem uma forma de diversificar a alimentação, o valor nutricional de alimentos como a amêndoa ou a aveia é consideravelmente mais completo. Por exemplo, o conteúdo em fibra, proteínas e gorduras do miolo de amêndoa ou de aveia em flocos é muito superior ao das bebidas.
Este artigo é da autoria da DecoProteste / Defesa do consumidor e foi publicado a 23 de Novembro de 2018