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‘Não sou nómada, sou uma pessoa do Mundo e isso enriquece-me como ser humano’

por Sofia Trovisco
12 Outubro, 2016
em Artes, Entrevistas
‘Não sou nómada, sou uma pessoa do Mundo e isso enriquece-me como ser humano’

Abel Branco auto-denomina-se uma pessoa do Mundo, um amante incondicional da fotografia e do auto-conhecimento através do contacto com os outros e com a natureza. Procura, através do voluntariado, a comunhão perfeita entre o almejo de agarrar todas as experiências sensoriais que possa viver no  tempo de vida útil e o desenvolvimento cada vez mais íntimo da sua relação com a fotografia. Actualmente na Roménia, a desenvolver um projecto de ensino sobre temáticas ambientais e reciclagem, deixa-nos uma pequena viagem pelo seu percurso de vida, deixando-nos conhecer melhor o fotógrafo que outrora desejou ser polícia, médico ou bombeiro como qualquer outra criança.

Os eventos que definem a linha cronológica da infância podem influenciar o crescimento do ser individual. O ambiente envolvente, as primeiras relações de amizade, o confronto com as definições de bem e mal, o crescimento escolar, o conhecimento do sabor amargo da perda e da desilusão. Em que medida este período do desenvolvimento humano define a forma peculiar do fotógrafo captar o mundo e a sua linha editorial? Revês pequenos indícios de memórias passadas nos teus trabalhos?

Durante toda a minha vida a minha família esteve sempre ao meu lado, nos melhores e nos piores momentos. Sempre me orientaram para conseguir escolher o melhor caminho, aprendi com os erros e assim tornei-me uma pessoa mais forte e coerente. Os amigos sempre tiveram também um papel fundamental no meu crescimento como ser humano, sem eles não aprenderia do mesmo modo, nem teria a mesma alegria de viver.  Os amigos são únicos para mim e tem cada um deles um cantinho especial no meu coração. Creio que este balanço emocional, que me é trazido inconscientemente pelos amigos e pela família, faz de mim uma pessoa melhor e mais bonita. Sem dúvida que sendo uma pessoa melhor, o meu trabalho será mais especial, mais natural e mais rico! Tenho de agradecer muito a todos os que me rodeiam e pedir-lhes que nunca saiam da minha vida!

Ser fotógrafo: um desejo de tenra idade ou fruto do cada vez mais aprofundado auto-conhecimento e de influências externas, à medida que o tempo avançava?

Para ser sincero, creio nunca ter tido ao longo da infância uma visão fotográfica. Queria ser como todos os miúdos – bombeiro, médico ou polícia. Talvez devido ao interesse pelas fardas! Mas recordo-me de passar horas a ver fotografias em minha casa ou em casa dos meus avós, duas pessoas que me inspiram pelas suas vivências até aos dias de hoje. Em casa deles via as fotografias através de um projetor de slides, o que sempre me fascinou! Anos mais tarde decidi estudar Design, e aí sim o meu gosto e paixão começaram a fazer-se sentir, em crescendo e de forma cada vez mais impulsiva, até aos dias de hoje! O gosto pela fotografia está dentro de mim, mas lembro-me bem das pessoas que na altura me deram uma outra visão sobre este assunto, e sem elas não teria sido possível!

Uma forma de exponenciar o auto-conhecimento e o conhecimento das múltiplas personalidades do Mundo que nos rodeia passa por viajar pelos veios das inúmeras paisagens que lhe dão relevo e pelos traços dos rostos da pluralidade humana. O voluntariado é uma forma nobre de complementar estas experiências complexas. Como surge esta vocação de dedicar a vida à procura do bem-estar pessoal na criação de um bem maior?

O auto-conhecimento é um valor que temos de ser nós a adquirir, passa um pouco pelos teus interesses e por aquilo que queres aprofundar no nosso interior. Sempre fui uma pessoa curiosa e acho que isso me ajudou a ter mais interesse sobre diversos assuntos que antes não dava tanta importância. Viajar ajuda-te a crescer como pessoa, e também a dares mais valor ao que tens, por muito pouco que seja, por dois motivos: o primeiro porque quando estás longe de quem mais adoras, os teus laços tornam-se mais fortes e unificados, e por outro lado porque quando estás em países pobres e subdesenvolvidos, acabas por dar mais valor ao pouco que tens e sabes o sortudo que és neste Mundo! Pudessem todas a pessoas ter as mesmas condições de vida que eu! O voluntariado sempre esteve presente na minha vida, foi uma constante na educação que a pessoa mais importante da minha vida me deu – a minha mãe! Ela é mágica, trabalha com crianças e tem um coração de ouro, foi ela que sempre me fez ver o outro lado, que me abriu os horizontes e a janela para puder voar sozinho!

O voluntariado levou-te a vários locais no Mapa Mundi de diferentes credos e cores. Todos os sentidos do corpo apresentam a capacidade de consolidação de memórias. Realizando uma pequena viagem pelos sentidos, fala-nos destes locais e das lembranças mais marcantes de cada um.

O voluntariado fez-me abrir novos horizontes e definitivamente crescer como pessoa. Um dos que teve um papel mais preponderante neste processo teve lugar no Porto, na véspera do dia de Natal, entregámos roupa aos sem-abrigo. Este projeto chama-se “Natal para todos” e tem como objectivo ajudar quem mais precisa na zona do Porto. Estive um mês em Ormanzag, na Hungria, no ano passado. Uma pequena aldeia com apenas 400 pessoas, fizeram-me tantas surpresas, todos eles pessoas com muitas necessidades por ser a zona mais pobre e com menos trabalho em toda a Hungria. Foi sem dúvida uma partilha de tradições e conhecimento mútuo, gostava de ter ajudado um terço do que eles me ajudaram a crescer como pessoa. Atualmente na Roménia, onde vivo já há 8 meses, dedico-me ao ensino de crianças e adolescentes sobre temáticas ambientais e reciclagem. A poluição ambiental é um grave problema nesta pequena vila, perto da fronteira com a Bulgária. Nunca me poderia esquecer do Laos, remontando a novembro de 2014. No Laos, bem perto da fronteira com a China, vivi duas semanas com a família de uma tribo local, os carros eram raros, viviam no meio da selva, sem água, tomávamos banho no rio. Estive com esta família para os ajudar a construir uma casa e um restaurante para eles, tudo feito em bamboo. Sabiam apenas dizer “rice” e “good” em inglês. Aprenderam o meu nome, e mesmo com uma língua diferente construímos uma casa juntos! O poder do universo é muito grande e intenso!

 Enveredar por uma experiência de voluntariado é uma opção cada vez mais procurada por pessoas de diferentes gerações. Uma vez tomada a decisão, qual o cronograma e a ordem de trabalhos mais práticos para tornar esta ação uma realidade? Que tipo de entidades e/ou projetos nacionais e internacionais estão à disposição do público em geral neste campo?

O voluntariado é uma opção pessoal, e somos nós enquanto voluntários que temos de a sentir. Depois desta decisão tomada, temos de saber escolher também, a título pessoal, em que tipo de voluntariado nos poderíamos enquadrar, sabendo a nossa própria natureza. Para conhecer a oferta no mundo do voluntariado existem muitos motores de busca que facilitam a sua escolha, bem como muitas organizações não governamentais que procuram parcerias, salvaguardando que nem todo o tipo destas organizações têm como objectivo a ajuda ao próximo. Muitas delas ou talvez até a sua grande maioria têm apenas a preocupação de enriquecer. É necessário cuidado na hora de definir escolhas, pois poderão não corresponder às nossas expectativas.

Ser nómada por opção exige longos períodos de tempo longe das origens. Nestas viagens conheces pessoas das mais variadas proveniências. É a saudade um sentimento puramente português? Os povos que te acolhem fazem-te sentir em casa? Que objetos não dispensas que te acompanhem em cada nova partida?

 Não me julgo como um nómada, mas sinto que sou uma pessoa do Mundo e que isso me enriquece como ser humano, vejo para além do óbvio! Assim tento! A saudades são uma constante presença, mas quando viajas acaba-se por sentir menos do que o expectável. Penso na saudade na sua forma mais bonita. Como diria o nosso Fernando Pessoa- “Para viajar basta existir”- temos todos de coexistir neste Mundo e viajaremos todos juntos de diferentes formas e em diferentes lugares. Todos as aldeias, cidades e países que visitei levaram-me a ter não só uma casa no meu país de origem, mas várias e nos mais diversos sítios, assim sinto-me sempre em casa. O objecto que nunca dispenso é a minha câmara, está sempre comigo e é como se fosse a minha namorada – não saio para lado nenhum sem ela!

Se te fosse possível desenhar os planos curriculares das escolas atuais, que alterações ponderarias? Quais consideras serem as maiores falhas na preparação dos jovens para o Mundo nas nossas escolas?

 Penso que as escolas, hoje em dia, têm muitas lacunas e a vários níveis, mas se comparar com os meus anos de escola, tendo em conta que tenho já 30 anos, estas têm melhorado os seus currículos! Acho muito importante a presença do estudo obrigatório de vários idiomas, como o Inglês, o Francês e o Espanhol, porque, hoje em dia, muitos dos nossos ex-alunos estão presentes noutros países, não pelas melhores razões na maioria dos casos, e o facto de se aprofundar mais o estudo das línguas é um passo que facilita o futuro destes jovens! Também acho que devíamos ter mais aulas relacionadas com a Arte. Somos cada vez mais um país de “artistas”, mas não são verdadeiros artistas, na verdadeira ascensão da palavra! Os nossos “artistas” são os políticos, e aos verdadeiros artistas- aqueles que têm alma e que falam com o seu coração – a esses não lhes dão o devido valor!

Podem acompanhar as experiências e aventuras de Abel Branco na sua página de facebook.

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Tags: abel brancoentrevistafotografiaviagensvoluntariado

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