“Marchamos”: um filme para te mostrar a importância de marchar pelos direitos LGBTI+

por Comunidade Cultura e Arte,    17 Dezembro, 2018
“Marchamos”: um filme para te mostrar a importância de marchar pelos direitos LGBTI+
“Marchamos” (2018), de Tiago Resende
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Quis mostrar os rostos e as vozes de quem saiu à rua no dia 7 de Outubro de 2018.“, disse-nos Tiago Resende.

Depois de 4 curtas-metragens, o cineasta Tiago Resende traz-nos agora a sua primeira longa-metragem documental “Marchamos” e está disponível para visualização de forma gratuita no Youtube (ver no fim do artigo). O filme é realizado e escrito pelo próprio cineasta portuense que vive em Viseu desde 2015.

“Depois da minha última curta-metragem, “A Ronda da Noite” (2017), disse a mim mesmo que nunca mais iria realizar. Não queria fazer mais filmes, queria sim continuar a ver e a divulgar o trabalho dos outros. Em 2018, aconteceu em Viseu a Mostra de Cinema Desobedoc, que permitiu a reabertura da sala de Cinema Ícaro. Só por isso já foi um evento marcante para a cidade de Viseu. Mas foi também importante por ter deixado uma semente. Essa semente chama-se “Já Marchavas!”. Durante o Desobedoc houve um debate com o nome “Já Marchavas!” que levantava a questão: “Porque não uma Marcha LGBTI em Viseu?”. Depois percebeu-se que havia uma grande vontade em fazer uma marcha em Viseu”, revelou-nos o realizador.

“Marchamos” (2018), de Tiago Resende

Em 2005, ocorreu em Viseu a primeira manifestação nacional contra a homofobia, denominada “Stop Homofobia”. Na memória, guardam-se os tristes acontecimentos que levaram à organização da mesma. Foram tempos de reacção à violência homofóbica extrema.”, pode ler-se na sinopse de “Marchamos”.
Já em Outubro de 2018, pessoas com diferentes histórias de vida, orientações e características sexuais, identidades e expressões de género uniram-se pela liberdade no amor e na autodeterminação do género. E realizou-se assim, em Viseu, a 1.ª Marcha Pelos Direitos LGBTI+. No entanto, a Câmara Municipal de Viseu ignorou a marcha, não participando na mesma, e recusou participar neste filme.

“Depois da marcha dei por mim a rever todos os dias os vários vídeos da marcha (meus e de muitas pessoas que os partilharam nas redes sociais). Estava viciado na Marcha. Percebi então que havia ali material (matéria) para um novo filme. “Marchamos” acabou por ser o meu novo filme e a minha primeira longa-metragem.”, disse-nos Tiago Resende.
Perguntámos ao cineasta o porquê da realização deste filme e Tiago Resende disse-nos que “Não queria que a marcha fosse banalizada como apenas um belo dia de sol num domingo à tarde, em que mais de mil pessoas saíram à rua. Todos nós temos muitas vezes memória curta e esquecemos-nos das coisas muita depressa. Senti necessidade de congelar aquele momento. Queria levar a marcha para outros lugares para outras pessoas. Não queria que a Marcha ficasse apenas em Viseu. Este documentário tenta prestar um micro contributo para a luta dos direitos LGBTI+. Queria perceber o que leva as pessoas a marcharem ainda hoje. Porque razão faz (ou não) sentido marcharmos. Pessoalmente, o dia 7 de Outubro de 2018 foi dos dias mais felizes que vivi em Viseu.”

Vê aqui o filme completo:

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