Malfeito: um ano a trazer o melhor da música a Fafe

por Joana de Sousa,    3 Março, 2018
Malfeito: um ano a trazer o melhor da música a Fafe
Kings of the Beach © Clara Pereira – Malfeito
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Nem só de grandes salas de espetáculos e festivais se faz a música em Portugal, e, nos últimos tempos, temos vindo a testemunhar uma onda crescente de promotoras e de pequenos eventos que estimulam o que de melhor se faz na música em vários locais do nosso país.

Exemplo disso é a Malfeito, uma promotora de Fafe. «A Malfeito é uma promotora que surgiu no início de 2017», salienta Guilherme Pinto dos Santos, um dos fundadores da produtora.  «Partiu da iniciativa de quatro amigos que partilhavam uma visão comum e a vontade de agitar culturalmente uma cidade onde, a nosso ver, existia uma lacuna de oferta cultural. Acreditávamos que poderia existir um público interessado numa programação cultural diferente da que em Fafe era habitual, e a ideia sempre foi apostar num circuito alternativo e independente». A Malfeito celebra agora neste mês de Março um ano de existência, e já levou à cidade bandas como os holandeses Mooon, os norte-americanos Acid Tongue, ou os portugueses 10 000 Russos, 800 Gondomar, Stone Dead, Cave Story, Moon Preachers, entre outros.

«Desde o início que estabelecemos como prioridade uma programação contínua e regular; achámos que fazia mais sentido, e que servia melhor as necessidades da cidade onde actuamos. Para além disso, nem temos condições de competir com as dezenas de festivais que existem na zona». Conclui Guilherme que, «em suma, os critérios não são muito complexos, sendo que promovemos eventos que gostamos e nos quais acreditamos. Já lá vai um ano, o balanço é positivo tendo em conta as dificuldades do costume que se vão encontrando. Temos tentado criar uma identidade e estabelecer um lugar dentro do meio e achamos que isso está a ser conseguido».

Nos próximos dias 9 e 10 de Março, a Malfeito festeja o ‘Ano Malfeito’ – e para tal organiza dois dias de celebração, não só da sua própria existência, mas também do próprio rock ‘n’ roll, a ter lugar no Café Avenida, em Fafe.

A dar o pontapé de saída, na noite de dia 9, estão os Psychtrus, uma banda de Santo Tirso que, em 2017, editou o seu primeiro álbum com uma sonoridade surf-rock a lembrar tardes quentes de Verão, como é exemplo o primeiro avanço “Never Felt So Fine”. A noite, contudo, pertence ao duo portuense Sunflowers. Acabados de editar o seu segundo álbum Castle Spell, que tem vindo a ser bem recebido pela crítica – quer em Portugal, quer pela Europa fora. Carlos e Carolina entram em palco para uma explosão de energia, riffs frenéticos, batidas de bateria de compasso hipnótico e um concerto memorável. A noite termina com DJ set da Pointlist, uma produtora e agência sediada em Évora, composta por cinco amigos, e que acabará a primeira noite a cativar os presentes para a pista de dança, com as malhas dançáveis que passarão noite dentro.

800 gondomar © Clara Pereira – Malfeito

Depois do banho de rock ‘n’ roll e de riffs crus da primeira noite, e ainda com os ouvidos a zumbir alegremente, chega a segunda ronda. A abrir as hostes estarão os galegos Kings of the Beach, que consigo trazem o seu álbum de estreia Super Awkward Fucking Awesome, e que ali nos bombardearão com o seu rock com sabor a verão, que em breve irá pisar o palco do célebre festival SXSW em Austin, Texas. Chegará então a vez de os portuenses Fugly, que irão apresentar a sua estreia Millennial Shit. Um garage rock que fará tremer a sala com os riffs ousados e o baixo irreverente. A fechar a noite e a festa de aniversário, uma dupla por detrás das noites mais épicas que se possam imaginar: Paulinho e Nuno Biónico passam temas, e convidam a um passo de dança. Paulinho é um homem do Minho, Nuno é de Bragança (e o autor detrás do projecto Dedos Biónicos), e desta junção só se pode esperar muito flow e um abanar de corpos pela noite dentro, naquela que será certamente uma noite inesquecível.

As entradas para o Ano Malfeito já se encontram à venda; o bilhete diário tem o custo de 5€, e o passe geral de 8€. Por entre o rock ‘n roll que dali se pode esperar também se ouve pelas ruas que «com Fafe ninguém fanfe». Fica o conselho.

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