Lembras-te do filme que dura 30 dias e tem um trailer de 7 horas? Há mais detalhes

por Sara Camilo,    27 Abril, 2016
Lembras-te do filme que dura 30 dias e tem um trailer de 7 horas? Há mais detalhes
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Eis que nos chega um filme com um conceito interessante. Realizado pelo sueco Anders Weberg, um artista multifacetado em diferentes áreas como a fotografia, vídeo, som e new media, o filme de 720 horas será o mais longo da história.

Esta nova obra cinematográfica de Weberg fala-nos da forma do tempo e do espaço que se enlaçam numa espécie de viagem idílica do surreal à posteridade dos espaços/lugares. Cresce uma espécie de curiosidade por este filme também pela sua narrativa não linear, entre a abstracção do tempo e a realidade do espaço.

ambiancé

Ambiencé‘ é um filme que ganha bastante atenção devido às inúmeras presenças em museus e festivais de renome como por exemplo o Museam of Modern Art, European Media Art Festival ou o Sonar, entre muitos outros. A sua finalização está marcada apenas para 2020 e será o último filme alguma vez feito pelo realizador. Até 2020 está programado irem saindo trailers que relatarão o seu estado fílmico.

Depois de mais de 300 filmes acabados, o realizador pretende fazer de ‘Ambiencé‘ a sua última peça de exibição. Ambiencé traz-nos um conceito que leva a expressão ao extremo. O realizador tem que saber relacionar-se com aquilo que pretende expressar através da imagem  em movimento. Esta forma de expressão tem vindo a mudar nos últimos 20 anos, e certamente sofrerá alterações até 2020.

O filme de 720 horas (30 dias) será exibido por completo numa única ocasião sincronizada com todos os continentes do mundo. Depois desta exibição mundialmente sincronizada o filme será destruído pois assim o filme “nunca terá existido”. Este é um dos conceitos do realizador, a noção de tempo e espaço. Será portanto o filme desconhecido mais longo da história.  

Anders Weberg traz bastantes conceitos inovadores e o espectador apercebe-se da estranheza e do inesperado no momento da sua compreensão. Anders faz um género fílmico ao qual ele intitula “Ambient Filmmaking”, um termo que assenta bem, segundo os sentimentos que deixa nas suas obras.

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Gunvor Nelson, um dos realizador que Anders Weberg mais respeita, tem uma opinão bastante marcada em relação à pré-definição deste género fílmico.

Everyone seemed unsure of what to call it. It is difficult. Are you really so ”avant-garde”? Experimental films sounds like something incomplete. I have made both surrealistic and expressionistic films, but I prefer the term ”personal film”. That is what it is about. Even if many don’t understand the meaning of the term. On the other hand, it can be easier to refer to them as avant-garde films. But I like the description ”personal film” since it stems from one person. When you paint, the term you choose will be described by method; mural painters for instance and so on. But when it comes to film we lack [the capacity] to describe what we are really doing.

A pergunta mais respondida por Anders relaciona-se com o porquê, o porquê da realização deste último filme. Para Anders a resposta é bastante simples, até quando os “media” farão parte da realidade, o tempo passa pelas coisas e afecta-as, e a ideia era captar essa passagem e deixar a sua marca. O tempo é um dos assuntos mais estudados ao longo da história da Humanidade, porque na realidade ninguém o consegue controlar, nem consegue controlar as mudanças causadas pela sua passagem. O que resta ao ser humano é saber como se relacionar com o tempo e é disso que estas 720 horas falam.

O primeiro trailer de  Ambiencé tem 7 horas e 20 minutos e podes vê-lo aqui:

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