Goethe-Institut apresenta debate em torno do tema “Religião em tempos de crise internacional”

por Comunidade Cultura e Arte,    22 Outubro, 2018
Goethe-Institut apresenta debate em torno do tema “Religião em tempos de crise internacional”
Karl-Josef Kuschel 
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Religião em tempos de crise internacional

Na quinta-feira, dia 8 de novembro, pelas 19h00, o Goethe-Institut, em Lisboa, apresenta o segundo encontro do painel de discussão “Para Quê a Religião?”. O debate em torno do tema “Religião em tempos de crise internacional” conta com a participação do teólogo católico Karl-Josef Kuschel, co-autor da Declaração para uma Ética Mundial, do estudioso islâmico natural do Afeganistão e radicado na Alemanha, Ahmad Milad Karimi, e do rabino da comunidade judaica de Lisboa, Natan Peres.

A religião é frequentemente considerada uma das principais razões para os conflitos globais. Por outro lado, as religiões definem em grande medida um conjunto de valores em sociedades já secularizadas, oferecendo um ponto de partida central para a compreensão internacional.

No início dos anos 90, o reconhecido teólogo Hans Küng deu início ao projeto que viria a converter-se na atual Fundação Weltethos (Ética Mundial), numa tentativa de criar um diálogo inter-religioso, descrevendo o que as várias religiões mundiais têm em comum. Em 1993, estas ideias deram origem à Declaração para uma Ética Mundial, que foi assinada no Parlamento das Religiões Mundiais por líderes religiosos e espirituais de todo o mundo.

Küng defendia que “uma época diferente de qualquer outra anterior através da política mundial, da tecnologia mundial, da economia mundial e da civilização mundial, requer uma ética mundial”. O estabelecimento dessa ética mundial baseia-se em valores fundamentais comuns a quase todas as religiões que requerem ser trabalhados para garantir o futuro da humanidade.

Ahmad Milad Karimi

Assistimos atualmente a um agravamento da crise económica, ecológica e política um pouco por todo o mundo. Que significado tem hoje, 25 anos depois, o diálogo entre as religiões, e o que o torna tão desafiador? Em que ponto estamos no entendimento internacional em relação a normas éticas como a solidariedade, a não-violência, o respeito mútuo, o fomento da comunhão do homem, da natureza e do cosmos, enunciados na Declaração para uma Ética Mundial?

Estas são algumas das questões em debate neste encontro que conta com moderação a cargo de Steffen Dix do CITER – Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião, da Universidade Católica de Lisboa, e com o patrocínio da Associação São Bartolomeu dos Alemães em Lisboa e do Lisbon Marriott Hotel. O painel terá como habitualmente, tradução simultânea em português e alemão.

Natan Peres

Karl-Josef Kuschel foi Professor na Faculdade de Teologia Católica da Universidade de Tübingen. Aí, lecionou de 1995 a 2013, “Teologia da Cultura e do Diálogo Inter-Religioso”. Desde 2015, Kuschel é presidente da Sociedade Internacional Hermann Hesse. Karl-Josef Kuschel é autor de numerosas obras sobre o diálogo inter-religioso, religião e literatura. O seu último livro intitula-se No fluxo das coisas. Hermann Hesse e Bertolt Brecht em diálogo com Buda, Lao Tzu e Zen. De 1995 a 2009, Kuschel foi vice-presidente da Fundação Weltethos (Ética Global), em Tübingen. Desde então, é membro do Conselho Científico da Fundação.

Ahmad Milad Karimi nasceu em Cabul em 1979 e fugiu para a Alemanha com a família. Estudou filosofia, matemática e estudos islâmicos em Darmstadt, Freiburgo e Nova Delhi. Desde 2016, é professor de Kalām, filosofia islâmica e misticismo na Universidade de Münster. Karimi é autor de vários livros. Entre as suas obras, destacam-se títulos como Por que razão não há Deus e no entanto Ele existe, bem como a sua autobiografia, Osama bin Laden dorme com os peixes. Por que gosto de ser muçulmano e por que Marlon Brando tem muito a ver com isso.

Natan Peres nasceu no Brasil em 1974, mas foi em Nova Iorque e, mais tarde, em Jerusalém, que se formou até se tornar rabino. Depois de algum tempo em Manchester, Londres e em Amesterdão, na sinagoga sefardita onde ainda se fala português, aceitou o desafio de ser rabino da Comunidade Judaica de Lisboa.

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