Fundação Calouste Gulbenkian vai ter exposição para explicar o cérebro humano

por Comunidade Cultura e Arte,    14 Março, 2019
Fundação Calouste Gulbenkian vai ter exposição para explicar o cérebro humano
“Self Reflected” – Microgravura em ouro a 22K sob luz branca, 2014-2016 / Greg Dunn and Brian Edwards
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Inaugura a 16 de Março na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a exposição Cérebro – mais vasto que o céu, uma viagem única da origem dos cérebros à complexidade da mente humana e aos desafios das mentes artificiais.

Um cérebro com 500 milhões de anos, uma sinapse interativa gigante, fragmentos de um papiro egípcio, uma obra Op Art de Bridget Riley, uma orquestra de cérebros, robôs, atividades interativas, documentos paleontológicos e históricos, arte visual, modelos tridimensionais e infografias combinam-se numa exposição entusiasmante para todas as idades.

A exposição da Fundação Calouste Gulbenkian, Cérebro – mais vasto que o céu, comissariada por Rui Oliveira é bilíngue e estará patente de 16 de Março a 10 de Junho de 2019, na galeria principal da Fundação, em Lisboa.

Cérebro – mais vasto que o céu deve o seu nome – e deslumbramento – a um poema de Emily Dickinson (The Brain – is wider than the sky / For – put them side by side – / The one the other will contain). A exposição apresenta o cérebro a par tir de uma instalação vídeo baseada na peça Self Reflected de Greg Dunn: o cérebro iluminado pela ar te – e pela ciência. O cérebro é o órgão da consciência e da cognição complexa humana: mas porquê e como evoluiu, como funciona, conseguiremos replicar as suas funções ar tificialmente – e, conseguindo, que consequências haverá?

Esta exposição une as ciências naturais às ciências sociais, definindo-nos como parte da natureza: à medida que a narrativa progride, esta relação expande-se às Artes, à Tecnologia e à Filosofia. Das anémonas ao cérebro humano, a exposição explora primeiro a evolução do cérebro. É destacado o papel do movimento – a necessidade de integrar informação sensorial e controlo motor – como força evolutiva condutora na evolução do cérebro em animais. Modelos, um museu digital (uma parceria com o EyeWire e o Allen Brain Institute) e uma sinapse gigante, apresentam as componentes celulares do cérebro e o seu funcionamento. Tempo de reação, uma instalação interativa, fecha esta parte da exposição, apresentando os circuitos cerebrais que ligam estímulo visual e resposta motora. O papel dos córtices sensorial e motor é ainda ilustrado através de homúnculos digitais 3D: em resposta à “estimulação” de uma área do seu córtex motor, um homúnculo motor move a parte do corpo correspondente; em resposta ao toque de uma parte do corpo de um homúnculo sensorial, “acende-se” a área correspondente do seu córtex sensorial.

Neste vídeo pode ver a entrada do neurónio gigante na Galeria Principal do Edifício Sede:

O cérebro é o substrato biológico da mente. Os circuitos das funções cognitivas complexas – memória, perceção, linguagem e emoções – são explorados juntamente com estudos clínicos históricos (HM, “Tan”, Gage) e paradigmas experimentais interativos (Ayumu, efeito de Stroop, reconhecimento de emoções). A discussão sobre perceção visual é lançada a partir da arte, utilizando a peça Metamorphosis de Bridget Riley. A aprendizagem vocal em animais serve para apresentar os circuitos cerebrais da linguagem. A história da associação cérebro-mente é contada a partir de uma cronologia de objetos, começando com um crânio trepanado do neolítico. Na Orquestra de Cérebros, a atividade cerebral dos visitantes é utilizada para transformar uma paisagem sonora original de Rodrigo Leão, produzindo uma peça musical em permanente mudança. Esta peça é uma metáfora para a relação entre atividade cerebral e atividade mental, que serve também para apresentar técnicas de imagiologia cerebral.

O processamento de informação no cérebro foi replicado em sistemas artificiais que, por sua vez, constituem expansões dos nossos próprios cérebros. Esse é o tema que encerra a exposição. Tecnologias de interface cérebro-computador são utilizadas para ilustrar as novas contribuições tecnológicas para o nosso bem-estar. BeBot, de Leonel Moura, coloca a questão da existência de “criatividade artificial”. A exposição termina com uma imagem gerada por um algoritmo de ALAgrApHY. Esta peça utiliza fotos colocadas por visitantes nas redes sociais (Twitter e Instagram) com a hashtag #collectivebrainx: uma metáfora para o cérebro como processador e depósito de informação.

A exposição começa a 16 de Março e fica na Galeria Principal do Edifício Sede até 10 Junho 2019.

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