Estudo. Sector da música dá anualmente emprego a 2 milhões de pessoas na União Europeia

por Comunidade Cultura e Arte,    19 Novembro, 2020
Estudo. Sector da música dá anualmente emprego a 2 milhões de pessoas na União Europeia
Fotografia de Pedro B. Maia / CCA
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AudioGest (Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Fonográficos em Portugal) revela estudo que indica que o sector da música apoia dois milhões de postos de trabalho e contribui anualmente com 81,9 mil milhões de euros em Valor Acrescentado Bruto (VAB) para a economia nos 27 Estados-Membros da UE e no Reino Unido (UE28), segundo o The Economic Impact of Music in Europe, um estudo elaborado pela Oxford Economics e facultado pelo IFPI.

O estudo que utiliza dados de 2018, conclui que das contribuições económicas anuais da música para a União Europeia 28 fazem parte:

  • Apoio de dois milhões de empregos
  • Contribuição de 81,9 mil milhões de euros em valor acrescentado bruto para o  PIB
  • Exportação de 9,7 mil milhões de euros em bens e serviços para países fora da UE28

Frances Moore, diretora executiva do IFPI, afirma que: “A música é uma parte essencial da Europa, da sua identidade e da sua cultura. De tantas formas o valor da música é incalculável, emociona-nos e cura-nos. Mesmo para além disso, como demonstra o primeiro relatório da Oxford Economics, a música contribui de forma económica vital para a União Europeia e para o Reino Unido – apoia o emprego, impulsiona o produto interno bruto e os pagamentos de impostos e impulsionr as exportações.”

No centro desta contribuição encontram-se 7.400 empresas discográficas da EU que para além de ter contratadas cerca de 45.000 pessoas em toda a UE, investem significativamente noutras partes do sector da música, tendo um importante contributo para as exportações europeias.

“Para que o contributo da música para a Europa seja sustentável a longo prazo, o justo valor deve ser devolvido àqueles que criam e investem na música. Para isso, o setor precisa de um ambiente jurídico e político justo na Europa, e continuamos a trabalhar com os decisores políticos para o conseguirmos”.

Pete Collings, Diretor de Consultoria de Impacto Económico da Oxford Economics, afirma: “Ao investigar como o setor da música interage com o resto da economia, o nosso estudo mapeia como se estimula a atividade económica, se apoia empregos e gera receitas fiscais em toda a Europa. Ao fazê-lo, destacamos como o sector da música, um ecossistema de grandes e pequenas empresas que realiza uma grande variedade de atividades, representa diretamente um contributo considerável para a economia europeia, comparável a todas as economias de vários Estados-Membros.

“No entanto, a pegada económica do setor vai muito além das suas próprias atividades. As compras que faz de empresas de toda a Europa apoiam longas cadeias de abastecimento pan-europeias. Estes efeitos multiplicadores atingem todas as partes da economia europeia, sustentando ainda mais o emprego, proporcionando receitas fiscais e gerando PIB em todo o continente.”

Miguel Carretas, Diretor Geral da AudioGest, refere que “O que este estudo vem demonstrar é que o setor empresarial da cultura e, em particular, o setor musical, tipicamente arredado qualquer politica de apoios públicos – sempre e particularmente neste momento de crise – tem capacidade para criar emprego e crescimento económico com enorme potencial de geração de Valor Acrescentado Bruto para toda a economia europeia. Fica claro que apostar na economia da cultura e da criação é uma aposta económica segura. Uma aposta determinada das políticas publicas neste setor pode ser também um caminho para o crescimento de um país como Portugal.”   

O impacto económico da música na Europa também analisa o impacto total do sector da música no emprego, constatando que apoiou dois milhões de postos de trabalho na UE28, o que significa que um em cada 119 postos de trabalho dependia dele. O estudo concluiu ainda que as exportações europeias de música (incluindo exportações do Reino Unido) geraram 9,7 mil milhões de euros em receitas – das quais empresas discográficas, editoras de música e serviços de streaming de áudio geraram quase metade (4,7 mil milhões de euros).  

O setor da música também desempenhou um papel vital na geração de receitas fiscais, apoiando 31 mil milhões de euros em receitas fiscais na UE28, em 2018. Este facto equivale a 19,4% de todo o orçamento da UE no mesmo ano.

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