Doze filmes para veres no Doclisboa

por Comunidade Cultura e Arte,    16 Outubro, 2019
Doze filmes para veres no Doclisboa
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O Doclisboa está de regresso, de 17 a 27 de outubro, nesta que é a 17.ª edição do único festival de cinema nacional dedicado em exclusivo ao documentário. A programação está repartida pelas seguintes secções: Competição Internacional, Competição Nacional, Riscos, Terra à Lua, Heart Beat, Retrospectiva Jocelyne Saab, Retrospectiva Ascensão e Queda do Muro – O Cinema da Alemanha de Leste, Cinema de Urgência, Verdes Anos e Doc Alliance. Dos 303 filmes que serão exibidos, entre curtas e longas-metragens, seleccionámos 12 que sugerimos que deixem debaixo de olho.

vulture, de Philip Hoffman

Philip Hoffman é um realizador e professor universitário canadiano responsável por obras que desafiam as barreiras entre o documentário e a ficção, colocando em causa a reivindicação da verdade, característica dos documentários convencionais. Em “vulture” o cineasta filma uma quinta, animais e árvores, através de planos estáticos ou zooms lentos, acompanhando as interações entre as várias espécies. O filme está programado juntamente com a curta-metragem “Sol Negro” (2019), de Maureen Fazendeiro, no programa Corpo Futuro. Sessão dia 20, às 14h00, na Culturgest.

Danses Macabres, Skeletons, and Other Fantasies, de Jean-Louis Schefer, Rita Azevedo Gomes, Pierre Léon

Depois do sucesso de “A Portuguesa” (2018), Rita Azevedo Gomes regressa, juntamente com o realizador Pierre Léon e o escritor Jean Louis Schefer, agora no formato de documentário. Uma investigação pelas imagens e momentos da história da representação alegórica ocidental, sob a forma de conversa e passeio entre Paris e Portugal. Sessões dia 21, às 18h30 (seguida de conversa com os realizadores e Luís Miguel Oliveira) e dia 27, às 14h00, na Culturgest.

MS Slavic 7, de Sofia Bohdanowicz e Deragh Campbell

Sofia Bohdanowicz é uma realizadora canadiana em ascensão. Teremos a oportunidade de assistir ao seu último filme, selecionado também para o Festival de Cinema de Berlim, bem como a uma retrospetiva das suas obras anteriores. O seu cinema mescla película, vídeo, gravações reais e encenações dramáticas da realidade. No seu novo filme, uma jovem mulher descobre cartas que a sua bisavó escreveu a um colega poeta polaco, explorando a permanência no tempo dos bens materiais e imateriais. “MS Slavic 7” será exibido juntamente à curta “Veslemøy’s Song” (2018), também de autoria da cineasta. Sessão dia 22, às 17h00, na Culturgest.

Telemundo, de James Benning

Nome incontornável do cinema independente norte-americano e presença habitual no Doclisboa, James Benning estará novamente representado com “Telemundo”. O seu cinema é conhecido pelo radicalismo formal, pelo olhar atento e paciente, pela captação da paisagem e de como esta é permeada pelo tempo e pela história. No seu novo trabalho, o cineasta volta a câmara para si próprio, enquanto assiste a um filme, juntamente com a realizadora e atriz argentina Sofía Brito, enquanto vão conversando sobre vários temas. Sessão dia 22, às 22h00, na Culturgest.

Telemundo, de James Benning

Heimat Is a Space in Time, de Thomas Heise

Os documentários do cineasta alemão atravessam o largo espetro de temas socias contemporâneos, como a privatização, desemprego e a ascensão da extrema direita. Para além da sua obra mais recente, estão programados outros filmes do realizador no decorrer do festival. “Heimat Is a Space in Time” é vincadamente autobiográfico, focando-se na história de 4 gerações da sua família e criando paralelos com a história do seu país. Sessão dia 23, às 18h30, no Cinema São Jorge.

Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho

No Doclisboa’19 teremos oportunidade de assistir a um dos mais importantes filmes da história do nosso país irmão (o Brasil). Realizado por Eduardo Coutinho, referência maior do documentário brasileiro, “Cabra Marcado para Morrer” acompanha uma família do interior, antes e após a ditadura militar brasileira, traçando o rasto que deixou na vivência desta comunidade. Sessão dia 23, às 22h00, no Cinema Ideal.

Eduardo Coutinho / Fotografia de Eduardo Anizelli – Folhapress

Un film dramatique, de Eric Baudelaire

O artista e realizador francês Eric Baudelaire acompanhou, durante quatro anos, 20 alunos de ensino secundário em Saint-Denis, do sexto ano em diante. O cineasta acaba por envolver os estudantes na criação da sua obra, não só enquanto personagens, mas também enquanto criadores. O filme problematiza a ideia de consciencialização política e social das crianças e de que forma poderá entrar em conflito com a sua inocência e imaturidade. Sessão dia 23, às 21h30 e dia 24, às 10h30, na Culturgest.

Just Don’t Think I’ll Scream, de Frank Beauvais

Frank Beauvais viveu durante seis meses isolado na aldeia de Alsácia, na sequência de um acontecimento trágico na sua vida. Durante esse período viu cerca de quatro filmes por dia. Em vez de voltar a câmara para si próprio decidiu montar planos de 400 filmes visualizados, demonstrando de que forma a cinefilia se constituiu como terapia neste momento conturbado. Sessão dia 24, às 22h00, no Cinema Ideal e dia 25, às 16h45, no Cinema São Jorge.

Serpentarius, de Carlos Conceição

O realizador português Carlos Conceição tem vindo a construir uma interessante carreira no formato de curta-metragem, tendo já sido selecionado, inclusivamente, para o Festival de Cannes. “Serpentarius” é a sua primeira longa-metragem, filme que retrata um rapaz a vaguear por uma paisagem africana pós-catástrofe, em busca do fantasma da sua mãe. Tendo em consideração as origens angolanas do cineasta, espera-nos uma experiência marcadamente autobiográfica. Sessão dia 25, às 19h00, na Culturgest.

Night and Fog, de Alain Resnais

Alain Resnais, nome incontornável do cinema francês e mundial, realizou este marcante documentário ainda no início da sua longa carreira. Encomendado para o décimo aniversário da libertação dos campos de concentração nazis, o filme cruza imagens de arquivo a preto e branco com imagens a cor filmadas pelo cineasta em vários campos, descrevendo o funcionamento da máquina concentracionária. “Night and Fog” será visualizado conjuntamente com “Death Camp Sachsenhausen” (1945), de Richard Brandt e “Memento” (1966), de Karlheinz Mund. Sessão dia 25, às 21h30, na Cinemateca Portuguesa.

https://www.youtube.com/watch?v=oQ8JV07QgQQ

Technoboss, de João Nicolau

Depois do sucesso de “John From” (2015), o realizador português está de volta com “Technoboss”, já apresentado na competição oficial do Festival de Locarno, juntamente com o vencedor, “Vitalina Varela” (2019) de Pedro Costa. O filme decorre no interior de um carro, acompanhando as viagens do sexagenário Luís Rovisco (Miguel Lobo Antunes), enquanto diretor comercial de uma companhia de seguros. Sessão de encerramento, dia 26, às 21h30, na Culturgest.

Nomad: In the Footsteps of Bruce Chatwin, de Werner Herzog

Serão exibidos dois filmes do afamado realizador alemão, nesta edição do Doclisboa. Os seus filmes seguem frequentemente protagonistas ambiciosos, com sonhos impossíveis e em confronto com a natureza. A sua nova obra é inspirada no escritor e aventureiro inglês Bruce Chatwin, que deu a Herzog a mochila que levou em todas as suas aventuras pelo mundo, antes de morrer de SIDA. Três décadas depois, o cineasta germânico faz a sua viagem, inspirado pela paixão de Chatwin pela vida nómada. Sessão dia 27, às 21h30, no Cinema São Jorge.

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