Comunidade Cultura e Arte
No Result
View All Result
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS
No Result
View All Result
Comunidade Cultura e Arte
No Result
View All Result

‘Darkest Hour’, o poder das palavras e o Óscar para Gary Oldman

por João Estróia Vieira
19 Janeiro, 2018
em Cinema, Críticas
‘Darkest Hour’, o poder das palavras e o Óscar para Gary Oldman

Realizado por Joe Wright (o mesmo que realizou a adaptação a filme de obras literárias como Pride & Prejudice, Atonement ou Anna Karenina), Darkest Hour é um retrato intimista sobre as conturbadas primeiras semanas de Winston Churchill como Primeiro Ministro. Sem nunca antes ter ganho um Óscar (apenas teve em 2012 uma nomeação com o filme Tinker Tailor Soldier Spy), o já vencedor de um Globo de Ouro para Melhor Actor, Gary Oldman, é a principal – mas não única – razão pela qual o filme deve ser visto, permitindo ao actor de filmes como Léon: The Professional, True Romance ou State of Grace, o papel de maior notoriedade na sua já consagrada carreira ao interpretar aquele que em 2002 foi eleito pela BBC como “o maior britânico de todos os tempos”, figura incontornável da História Mundial, Winston Churchill.

Se quisermos, Darkest Hour pode ser visto como o complemento necessário a uma história que foi já contada o ano passado em Dunkirk, de Christopher Nolan. Na praia de Dunquerque tivemos a luta pela sobrevivência dos soldados encurralados pelo exército liderado por Hitler. Aliada a uma mestria técnica do seu realizador que retratou da melhor forma – com a ajuda de uma banda sonora a condizer por parte de Hans Zimmer – todos os momentos de ansiedade, desespero e agonia que se sentiram em terra, ar e mar que antecederam à evacuação dos sobreviventes para terras de Sua Majestade. Mas faltava algo, faltava a personalidade que do outro lado do mar contribuía também para este acontecimento. Em Darkest Hour temos o outro lado dessa história, o lado da diplomacia (ou falta dela), dos jogos políticos e das decisões que colocam em causa o futuro das pessoas. Ao contrário de Dunkirk, aqui a verdadeira arma é o uso da palavra.

 

Em vez do formato biopic tradicional sobre uma figura histórica, Darkest Hour retrata o fatídico mês que levou Winston Churchill ao poder, substituindo na liderança do partido conservador Neville Chamberlain (Ronald Pickup) não por ser a figura mais consensual dentro do seu partido (pelo contrário), mas por ser o único que seria aceite pela oposição para criar uma coligação necessária para criar alguma estabilidade no poder governativo. Longe de ser a primeira escolha no seu próprio partido e longe de ser a escolha preferida do Rei George VI (Ben Mendelsohn), amigo pessoal da escolha mais consensual, lorde Halifax (o sempre austero e fantástico Stephen Dillane, o Stannis Baratheon de Game of Thrones).

“Quando a juventude nos falha, que a sabedoria nos valha” é dito a certa altura por Oldman em “modo” Churchill, e é na palavra e no uso da mesma como criação de dicotomias – diplomacia ou guerra? entendimento ou desentendimento? – pela forma como é usada, pelo conteúdo da mensagem, que o filme tem o seu grande condimento e na qual potencia a prestação “Oscar bait” de Gary Oldman enquanto líder, mas um líder que se interroga – apesar do seu estilo irascível -, um líder que, apesar da sua excentricidade e do seu ego, sabia que questionar-se e colocar em causa as suas ideias era o primeiro passo para uma decisão bem tomada (apesar da aleatoriedade da afirmação, pois só se sabe se uma decisão é bem ou mal tomada após as suas consequências e portanto, em momento posterior à sua execução).

Gary Oldman traz-nos esse homem, essa liderança sagaz capaz de mover massas, capaz de criar consensos (quando na Câmara dos Comuns se anteviam difíceis de conseguir), duvidar de si e mesmo assim lutar pelas suas ideias – sobretudo dentro do Gabinete de Guerra. Essa personificação tão humana e tão historicamente marcante, aliada à transformação física para o papel (com um enorme trabalho de maquilhagem por trás) faz com que assistamos a um daqueles raros casos em Cinema onde o actor deixa de o ser, entregando-se de tal forma ao papel que se torna na pessoa que interpreta, um pouco como Daniel Day-Lewis (porque Lincoln é um filme do qual facilmente nos lembramos ao ver Darkest Hour por ter valido o Óscar ao actor) tão bem nos habituou.

Pena que, apesar de tanta mestria na execução e na personificação de tamanha personalidade, o filme descambe no seu último terço ao adoptar uma artificialidade desnecessária em prol de uma dramatização forçada (um pouco à imagem de Dunkirk, mas mesmo assim bem mais “terra a terra” que o filme de Nolan) quando até então tudo tinha corrido tão bem (salvo os momentos mais indiscretos de Churchill no WC ou na sua cama ao pequeno almoço). Se Kristin Scott Thomas como Clemmie Churchill é a “luz em tempos de guerra” na vida de Churchill durante o filme, servindo de âncora perfeita à personalidade do seu marido, já o papel de Lily James como sua dactilógrafa e secretária pessoal é praticamente desnecessário, trazendo uma humanização forçada, relembrando-nos de algo que está à nossa frente. E se a cena no metro é uma lição aos líderes de hoje lembrando-os que devem parar, escutar e ouvir as suas gentes, e se é também necessária para o desenrolar do filme dando a muleta para o já falado uso da palavra, não é menos verdade que está repleta de uma artificialidade quase censurável. O metro fez descarrilar o que até aí estava tão bem.

No entanto, que nada apague o que foi (bem) feito. À História junta-se esta versão mais “condimentada” (à semelhança do que Anthony Mccarten já havia feito em Theory of Everything) dos acontecimentos,  mas acompanhada de um fantástico Gary Oldman como Churchill.

Se quiseres ajudar a Comunidade Cultura e Arte, para que seja um projecto profissional e de referência, podes apoiar aqui.

Tags: A Hora Mais NegraBen MendelsohnDarkest HourGary OldmanJoe WrightKristin Scott ThomasLily JamesStephen Dillane

Artigos Relacionados

“The Outsider”, o inexplicável sem pretexto

“The Outsider”, o inexplicável sem pretexto

por Inês Bom
11 Abril, 2020
0

Adaptação televisiva da visão de Stephen King, The Outsider é-nos trazida por Richard Price, nome de relevo no meio devido...

“The Laundromat”: novo filme de Steven Soderbergh junta Meryl Streep, Gary Oldman e Antonio Banderas

“The Laundromat”: novo filme de Steven Soderbergh junta Meryl Streep, Gary Oldman e Antonio Banderas

por Cinema 7ª Arte
30 Agosto, 2019
0

“The Laundromat”, um filme Netflix, com realização de Steven Soderbergh e argumento de Scott Z. Burns (“O Delator!”, 2009), baseado no livro “Secrecy World: Inside the...

‘Darkest Hour’, o poder das palavras e o Óscar para Gary Oldman

‘Darkest Hour’ ombreia com os melhores pela escrita e a interpretação de Gary Oldman é imaculada

por David Bernardino
23 Janeiro, 2018
0

Na chamada Oscar Season é apanágio o aparecimento de filmes biográficos acerca de grandes personalidades históricas. Este é um tipo de cinema...

‘Darkest Hour’: Joe Wright ensaia o inverso do Brexit

‘Darkest Hour’: Joe Wright ensaia o inverso do Brexit

por Insider
12 Janeiro, 2018
0

No ano do Brexit fomos já brindados com diversas variantes do mais célebre discurso de Churchil a defender a Europa...

‘Baby Driver’, bom entretenimento ao ritmo da (boa) música

‘Baby Driver’, bom entretenimento ao ritmo da (boa) música

por João Estróia Vieira
5 Agosto, 2017
0

Depois do mau resultado global que foi Ant-Man, onde Edgar Wright participou como argumentista, o inglês voltou ao seu habitat natural de liberdade...

‘Rogue One’ não corre riscos desnecessários e cumpre expectativas

‘Rogue One’ não corre riscos desnecessários e cumpre expectativas

por João Estróia Vieira
20 Dezembro, 2016
0

Realizado por Gareth Edwards, o mesmo que conseguiu de forma meritória (re)despertar Godzilla em 2014, Rogue One tinha a árdua...

Assina a nossa Newsletter

Recebe em primeira mão, todas as novidades da Comunidade Cultura e Arte

Os mais Populares

17 filmes e uma série para veres na RTP nos próximos dias

17 filmes e uma série para veres na RTP nos próximos dias

4 Fevereiro, 2021
Já se conhecem todos os vencedores dos Globos de Ouro 2020

Já se conhecem os vencedores dos Globos de Ouro 2021

1 Março, 2021
“Culto”. A série portuguesa que vai dar poesia às redes sociais e RTP

“Culto”. A série portuguesa que vai dar poesia às redes sociais e RTP

9 Fevereiro, 2021
Já se conhecem todos os nomeados para os Globos de Ouro 2021

Já se conhecem todos os nomeados para os Globos de Ouro 2021

3 Fevereiro, 2021

Sobre a Comunidade Cultura e Arte

A Comunidade Cultura e Arte tem como principal missão popularizar e homenagear a Cultura e a Arte em todas as suas vertentes.

A Comunidade Cultura e Arte procura informação actual, rigorosa, isenta, independente de poderes políticos ou particulares, e com orientação criativa para os leitores.

ver mais

Segue-nos no Facebook

Segue-nos no Instagram

Seguir

  • Vem aí o primeiro filme biográfico autorizado sobre a vida e obra de Jeff Buckley

O filme será produzido por Orian Williams, o mesmo que produziu “Control”, sobre Ian Curtis dos Joy Division, ou ainda “England Is Mine”, uma biografia não autorizada sobre Morrissey.

• Sabe mais no nosso site
  • Fez ontem ontem 25 anos que morreu Vergílio Ferreira, escritor e professor português
  • “Branca de Neve”, de João César Monteiro: o filme que indignou Portugal

“Branca de Neve”, de João César Monteiro: o filme que indignou Portugal. Fica a conhecer a história por trás da famosa reacção: "Queriam telenovela? Era? Eu quero que as más línguas se f*dam! E que o público português se f*da". 

• Lê o artigo e vê o vídeo explicativo no nosso site
  • NOS Primavera Sound no Porto é adiado para 2022
  • Os nossos sentimentos aos familiares, amigos e até aos desconhecidos que seguiam e gostavam do trabalho do André Miguel, o Lisboeta Italiano. O André tinha 26 anos e era um dos fotógrafos mais promissores da nossa praça. 

📷André Miguel / Lisboeta Italiano
  • A partir de inúmeras entrevistas feitas em Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe, a jornalista Joana Gorjão Henriques desconstrói o tema tabu do racismo no colonialismo português. 

• Recordamos este livro + DVD
  • A fé e o existencialismo em Soren Kierkegaard

“Sorien Kierkegaard tornou-se um dos filósofos de maior reconhecimento no Ocidente, nomeadamente por se tornar o primeiro grande filósofo existencialista. Debruçou-se sobre aspetos da ética e da teoria cristã, o que foi o fundamento do seu percurso filosófico, para além da realidade humana pura e dura.”

• Artigo de Lucas Brandão, lê no nosso site
  • “I
  • Sobre a CCA
  • Privacidade & Cookies
  • Apoiantes
  • Parceiros
  • Fala Connosco Aqui

CCA 2019 © Todos os direitos são reservados.

No Result
View All Result
  • CINEMA
  • TV
  • MÚSICA
  • LIVROS
  • ARTES
  • SOCIEDADE
  • ENTREVISTAS
  • OPINIÃO
    • CRÍTICAS
    • CRÓNICAS

CCA 2019 © Todos os direitos são reservados.

Go to mobile version