Consome-se menos plástico mas polui-se cada vez mais a ouvir música

por Comunidade Cultura e Arte,    8 Abril, 2019
Consome-se menos plástico mas polui-se cada vez mais a ouvir música
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A Universidade de Glasgow conclui que o consumo de música está mais barato, mas também mais poluente. “Do ponto de vista de emissões de carbono, a transição para o streaming de música, resultou em emissões de carbono significativamente maiores do que em qualquer outro momento da industria discográfica”, revelou o estudo.

A Internet veio revolucionar vários mercados do mundo das artes e do entretenimento. A televisão, o cinema e a música foram talvez os que sofreram mais com essa mudança da nova vida em rede. Agora, a Universidade de Glasgow revelou um estudo onde revela que a compra e a audição de música estão de facto mias baratas com a Internet, no entanto, o seu consumo tem um impacto maior no meio ambiente.

O investigador Matt Brennan, citado pela Universidade de Glasgow, afirmou que o estudo não pretende dissuadir as pessoas de ouvirem música, mas espera que “ganhem consciência da alteração de custos envolvidos no consumo”, e foi mais longe dizendo que “Esperamos que estes dados incentivem uma mudança para escolhas de consumo mais sustentáveis e serviços que remunerem os autores, ao mesmo tempo que reduzem o impacto ambiental”.

Causas

De seu nome “O custo da música” o estudo mostra que no universo norte-americano os consumidores gastam menos dinheiro com a música que ouvem, muito por causa dos novos serviços de streaming. No entanto, a energia que é gasta para que servidores dedicados garantam durante 24h que toda as pessoas do mundo tenham acesso a música a qualquer altura, através da internet, representa um aumento das emissões de gases de efeito de estufa no ambiente.

Na investigação existem ainda dados sobre várias épocas nos EUA.

Em 1977, altura em que se vendeu mais discos de vinil, o consumo de música gerou 140 milhões de quilos de CO2. Já em 2016, o armazenamento, transmissão e audição de música pela Internet levou à emissão de 200 milhões a 350 milhões de quilos de CO2.

“Estes números parecem confirmar a noção generalizada de que a música digitalizada é desmaterializada. Os números podem até sugerir que os aumentos de downloads e streaming estão a tornar a música mais ecológica. Mas uma imagem muito diferente surge quando pensamos sobre a energia usada para alimentar a audição de música online. Armazenar e processar músicas on-line usa uma enorme quantidade de recursos e energia – o que causa um alto impacto no meio ambiente ”, disse o Dr. Kyle Devine, Professor Associado em Música da Universidade de Oslo.

O Plástico

“Do ponto de vista da poluição plástica, a boa notícia é que a produção de plásticos na indústria fonográfica diminuiu desde o auge do vinil.”, afirmou o Dr. Kyle Devine. Se em 1977, foram usados 58 milhões de quilos de plásticos, em 2016 foram usados 8 milhões. Ou seja, aconteceu um decrescimento gigante na produção e uso do plástico na indústria discográfica.

Custos da música junto do consumidor final (ajustados à inflação e ao valor actual do dólar nos EUA)

Em 1907 – Um cilindro de fonógrafo custava cerca de 12,3 euros
Em 1947 – Um disco de goma laca custava cerca de 9,7 euros
Em 1977 – Um vinil custava cerca de em 25,4 euros
Em 1988 – Uma cassete custava cerca de em 14,8 euros
Em 2000 – Um CD custava cerca de 19,2 euros
Em 2013 – Um álbum digital custava cerca de 9,9 euros

O preço que os consumidores estão dispostos a pagar pela música gravada mudou drasticamente ao longo da história

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