‘Conjuring 2’: acima da média, mas abaixo do esperado

por João Estróia Vieira,    22 Junho, 2016
‘Conjuring 2’: acima da média, mas abaixo do esperado
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James Wan é desde há muito um dos nomes mais sonante do cinema de terror. Depois de se lançar com a curta Saw (que deu origem a uma das mais longas e bem sucedidas franquias do género no cinema) , trouxe-nos também Insidious e Conjuring, mas não só. Wan é também uma sensação noutros géneros cinematográficos tendo realizado Furious Seven e estando a trabalhar no filme Aquaman. Esta popularidade não joga no entanto a seu favor – ou a nosso (espectadores) – se o pretendido for uma correspondência entre o marketing à volta do filme e a sua real qualidade.

O seu último filme, Conjuring 2, que chega agora às nossas salas (e que tem já em agenda o spinoff The Nun),  sofre, no entanto, de um mal comum a muitas das sequelas dos seus filmes (como o desastroso Insidious 3, não realizado por si) e dos filmes de terror no geral: lugares comuns e a opção pelo susto fácil, o vulgo “jump scare” barato que vai resultando ainda assim.

A história é, como sempre, baseada em factos reais. Depois do caso Amityville, desta vez a história recai sobre o caso do poltergeist de Enfield, em Inglaterra, em plenos anos 70 (contextualizados sobretudo pela banda sonora referente à época) e numa trama que segue a linha semelhante ao primeiro Conjuring com o casal de investigadores ligados ao paranormal, formado por Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga, respectivamente) a serem chamados a auxiliar uma família assombrada por espíritos malignos.

É por ser baseado em factos reais que se deve ter em conta um doseamento do ritmo e do ambiente durante a narrativa. Tal foi esquecido com uma sobrecarga de jump scares desnecessários que desvirtuam um ambiente muitas vezes bem mais assustador que o susto posterior (e expectável) a que dá origem. O poder da sugestão é sucessivamente mal explorado e esquecido, dando lugar à previsibilidade e desnecessidade muitas das vezes (como nas aparições do “Crooked Man”).

Apesar disso, e sobretudo apesar do seu final que mais parece de um filme romântico e não de terror, Conjuring 2 consegue ainda assim ser um filme entretido e bem acima da média dentro do género, mas que está inevitavelmente uns furos abaixo do seu capítulo anterior.

Com sustos fáceis mas que não nos perduram mais do que breves momentos na mente (tirando uma ou duas saudosas cenas como excepção), Conjuring 2 é para se ver, mas sem expectativas de algo em grande.

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