Competição Internacional de Curtas do IndieLisboa filme a filme

por Comunidade Cultura e Arte,    28 Março, 2019
Competição Internacional de Curtas do IndieLisboa filme a filme
PUB

Está fechada a competição internacional do IndieLisboa 2019. A secção que  é mostra para primeiras, segundas e terceiras obras nunca antes mostradas publicamente em Portugal contará com uma selecção de 31 obras que são uma mostra para novos nomes, ideias e universos artísticos. Destaque para as contaminações vindas da estética dos videojogos, com um conjunto de filmes que trazem os gráficos, as linguagens e os hábitos da comunidade gamer para o grande ecrã. Seja pela forma como se questiona a perspectiva e o olhar sobre uma mesma cena de Fest (Nikita Diakur); como nos vemos numa Nova Iorque pós-apocalíptica de Operation Jane Walk (Robin Klengel Leonhard Müllner); ou pela descoberta de uma nova forma de assédio online que virou moda de streaming na internet, em Swatted (Ismaël Joffroy Chandoutis).

À semelhança do que tem vindo a ser hábito ao longo das suas edições, a competição faz-se também de regressos. Como o de Emmanuel Marre (melhor curta de ficção em 2017 com “Le film de l’été”), com D’un château l’autre, uma docu-ficção sobre um jovem eleitor, indeciso entre Macron e Le Pen, que venceu o Leopardo de Ouro em 2018, ou de Abu Hamdan (“Rubber Coated Steel”, IndieLisboa 2017), a continuar a sua investigação sobre a utilização do som em contexto judicial. Em Walled Unwalled, um filme onde os muros servem de pretexto para discutirmos limites (sonoros) entre o privado e o público. Palavra especial para Sara Fgaier (montadora, entre outros, de “La bocca del lupo” de Pietro Marcello, IndieLisboa 2010) a trabalhar sobre imagens de arquivo em The Years, para contar a história de uma mulher e das suas décadas à beira do mar da Sardenha.

Programação Competição Internacional de curtas

Je sors acheter des cigarettes, de Osman Cerfon
Em “Je sors acheter des cigarettes”, Jonathan, de 12 anos, vive com a mãe e a irmã, e também com uma série de homens-macaco que se escondem nos armários e na máquina de lavar.

Swatted, de Ismaël Joffroy Chandoutis
Swatting é uma forma de assédio online em que se denuncia um jogador que esteja a fazer streaming à polícia de modo a que a sua casa seja invadida e ele preso, tudo em directo para a Internet. “Swatted” é um inventivo documentário constituído por vários vídeos de Youtube e testemunhos de vítimas deste fenómeno.

Fest, de Nikita Diakur
Uma festa de bairro, música, drones, churrasco e gelados. E depois uma acrobacia. “Fest” é uma simulação animada com base em vídeos do Youtube.

Turbine, Alex Boya
Em “Turbine”, a obsessão do trabalho vê-se na cara: um piloto de aviões fica com rosto de turbina e apaixona-se por uma ventoinha. Que medidas drásticas tomará a sua mulher para o ter de volta?

Tombent les heures, de Blanca Camell Gali
Uma rapariga estava de partida, mas o autocarro foi-se e ela ficou. Em “Tombent les heures”, vagueia-se pela cidade, conhecem-se pessoas, fala-se de amor e ouve-se música chaâbi com um copo na mão, um sorriso no rosto e uma mala de viagem no canto da sala.

Foyers, de Paul Heintz
Paul Heintz (“Non-contractuel”, IndieLisboa 2016) regressa ao festival com uma viagem ao universo de um pirómano, que nos dá a conhecer os seus sonhos e desejos e como estes estão ligados, pelo inconsciente, ao seu fascínio pelo fogo.

Huile sur vent, de Alejandro Perez
Numa ilha no sul de Espanha, um homem solitário recolhe azeitonas de uma paisagem feita de água e ramos secos. “Huile sur vent” faz-nos deslizar por esse lânguido Outono em pitorescos reflexos.

Take Me Please, de Olivér Hegyi
A relação acabou, ela arranjou outro e ele não consegue parar de chorar. Tirem-me daqui! “Take Me Please” é um road movie pelo universo surreal da depressão, por entre videntes de casa de banho e alienígenas voyeurs.

Guaxuma, de Nara Normande
A brisa do mar traz memórias e a realizadora brasileira Nara Normande lembra a sua melhor amiga de infância, Tayra. “Guaxuma” é uma doce recolecção animada de quando o mundo inteiro era feito de areia e amizade.

The Flood is Coming, de Gabriel Böhmer
A animação psicótica de Gabriel Böhmer (“Beetle Trouble”, IndieLisboa 2018) regressa ao IndieLisboa com uma premonição, “The Flood is Coming”: um ermita prepara-se para a catástrofe mas o seu barulhento olho só piora a sua ansiedade.

Les idées s’améliorent, de Léo Richard
Uma cave esconde uma série de precários que trabalham em frente ao computador. A sua função? Identificar emoções humanas para ensinar uma inteligência artificial a ler rostos. Só que surge uma expressão que ninguém consegue descodificar.

Acid Rain, de Tomek Popakul
Uma jovem apanha boleia de um tipo esquisito mas divertido. Conversa puxa conversa e estão os dois a flipar numa trip de ácidos, em “Acid Rain”. Novos mundos se descobrem, uns mais belos que outros.

Operation Jane Walk, de Robin Klengel Leonhard Müllner
‘Tom Clancy’s: The Division’ é um vídeo-jogo no qual a cidade de Nova Iorque foi recriada ao pormenor. De armas em riste, somos guiados, em “Operation Jane Walk“, por uma cidade pós-apocalíptica e pela história dos seus edifícios e mudanças urbanísticas.

D’un chateau l’autre, de Emmanuel Marre
Emmanuel Marre (melhor curta de ficção em 2017 com “Le film de l’été”) regressa ao IndieLisboa com “D’un chateau l’autre”, uma docu-ficção intimista sobre um jovem eleitor, indeciso entre Macron e Le Pen. O filme venceu o Leopardo de Ouro em 2018.

Princesa Morta do Jacuí, de Marcela Ilha Bordin
Na Depressão Central o sol nunca pára de brilhar. Foi lá que o arqueólogo Margot Moreira nasceu e é lá que regressa, para curar o seu ‘Síndrome de Invalidez’, reescrevendo a História. “Princesa Morta do Jacuí” é um sci-fi anacrónico sobre o assombro do progresso.

Past Perfect, de Jorge Jácome
Jorge Jácome (de quem exibimos “Flores”, “A Guest + A Host = A Ghost” e “Plutão”) leva-nos, através de uma geografia da melancolia, numa série de associações livres que atravessam vários séculos da História. “Past Perfect” coloca-nos, por fim, a questão: qual o lugar da tristeza?

Suc de Síndria, de Irene Moray
Um casal passa as férias de Verão com os amigos, mas um trauma passado assombra o seu bem-estar. Em “Suc de Síndria”, as lágrimas e o sumo de melancia curam feridas e redefinem sexualidades.

Walled Unwalled, de Lawrence Abu Hamdan
Depois do extraordinário “Rubber Coated Steel” (IndieLisboa 2017), Abu Hamdan continua a sua investigação sobre a utilização do som em contexto judicial. “Walled Unwalled” é um documentário performativo sobre os limites (sonoros) entre o privado e o público.

I Got My Things And Left, de Philbert Aimé Mbabazi Sharangabo
Um grupo de jovens em Kigali (capital do Ruanda) encontram-se para o velório de um amigo comum: morreu jovem, mas lutou contra o conformismo. “I Got My Things And Left” distende-se em lembranças saudosas que olham para o futuro.

Lunar-Orbit Rendezvous, de Mélanie Charbonneau
Uma mulher vestida de tampão junta-se a um homem vestido de astronauta numa viagem à lua para depositarem as cinzas da mãe dele, enquanto ela reza para que o período regresse. “Lunar-Orbit Rendezvous” é um conto de fadas moderno.

Tonnerre sur mer, de Yotam Ben-David
No breu da noite uns ténis luminosos iluminam a folhagem. Três amigos, de 19 anos, encontram-se e conversam sobre os caminhos que escolheram para as suas vidas. Os relâmpagos vêem-se ao longe, por trás das colinas. O futuro da sua amizade é incerto: “Tonnerre sur mer”.

Les petites vacances, de Louise Groult
Charlotte e a sua prima vão de férias, ela conhece um rapaz, é mais velho e tem namorada, mas é Verão e o desejo aperta. “Les petites vacances” é um retrato do modo turvo como se comunica a sexualidade.

De longs discours dans vos cheveux, de Alexandre Steiger
Paul e Adèle são dois figurantes da ópera ‘Tristão e Isolda’ que, aborrecidos, vagueiam pelos subterrâneos do Palácio Garnier. Um caminho labiríntico e uma conversa sinuosa sobre o amor, em “De longs discours dans vos cheveux”.

The Years, de Sara Fgaier
Sara Fgaier (montadora, entre outros de “La bocca del lupo” de Pietro Marcello, IndieLisboa 2010) trabalha sobre imagens de arquivo em “The Years”, para contar a história de uma mulher e das suas décadas à beira do mar da Sardenha.

The Curse of the Phantom Tympanum, de Graeme Cole
Graeme Cole (menção honrosa para “It’s Nick’s Birthday” no IndieLisboa 2009) regressa ao festival com uma alucinada viagem no tempo através de um parque de diversões composto por realidades virtuais de patrimónios imateriais da humanidade. Hologramas estragados, ciborgues divinos e estátuas inteligentes compõem a distopia feita com caixas de cartão e película Super8 que é “The Curse of the Phantom Tympanum”.

Duerrenwaid 8, de Kirsten Carina Geißer e Ines Christine Geißer
“Duerrenwaid 8” é um documentário em animação que funde histórias de uma casa, um jardim e um riacho, e também de colmeias e cabanas na floresta: diferentes tempos cruzam-se no desfiar da memória.

A Million Years, de Danech San
Um restaurante à beira rio, uma mulher e um homem, silêncio, as árvores ondeiam ao sabor do vento e o passado projecta-se na outra margem do rio: a realidade funde-se e o medo assoma das profundezas, em “A Million Years”.

The Girl With Two Heads, de Betzabé Garcia
Anne está dividida entre dois modos de feminilidade: a da sua tradicional e conservadora família e aquela que explora no ginásio (e nas redes sociais) quando treina luta greco-romana. “The Girl With Two Heads” explora as questões da representação e da autoconsciência do corpo.

The Sasha, de María Molina Peiró
Em 1972, o astronauta Charles Duke desembarcou na Lua. A sua função? Tirar fotos fotografias da Terra a partir da superfície lunar. Hoje quase ninguém conhece as suas imagens, “The Sasha” é uma história sobre esta e outras imagens da Terra.

Life After Love, de Zachary Epcar
O artista Zachary Epcar observa frotas de automóveis estacionados como símbolos da individualidade e do alheamento colectivo. “Life After Love” é um poema triste feito de asfalto quente, vidros esfumados e frases de auto-ajuda.

La bala de Sandoval, de Jean-Jacques Martinod
Sandoval esteve à beira da morte por causa de uma bala. Quando recuperou foi uma garrafa partida que o colocou, de novo, junto ao precipício. Mas ele nunca caiu. “La bala de Sandoval” é uma enigmática reflexão sobre o a sorte e o destino.

Gostas do trabalho da Comunidade Cultura e Arte?

Podes apoiar a partir de 1€ por mês.

Artigos Relacionados