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‘Comer/Beber’, o lado humano na tragédia

por João Estróia Vieira
30 Janeiro, 2018
em Críticas, Livros
‘Comer/Beber’, o lado humano na tragédia

São de convites inesperados que por vezes surgem as histórias mais saborosas e Comer/Beber é mais uma prova disso mesmo. A oportunidade apareceu através do convite de Carlos Vaz Marques para que Filipe Melo e Juan Cavia, a dupla criativa de Dog Mendonça e Pizzaboy e do acontecimento literário no panorama português que foi a novela gráfica Os Vampiros, escrevesse para a revista Granta, que tinha como temas Comer e Beber. Do convite surgiu a pretensão da dupla em publicar não uma mas duas histórias (uma para cada um dos temas da revista). As condicionantes ligadas à revista, nomeadamente os prazos apertados a cumprir, fizeram com que apenas uma das histórias fosse publicada na Granta, Sleepwalk. Comer/Beber surge em resposta a isso mesmo integrando não só Sleepwalk como também Majowski.

É nas tragédias e nas ocasiões mais inóspitas que gestos humanos, temperados de bondade, ganham maior significado e aquilo que pode ser visto como tipicamente ou normalmente vulgar se torna assim uma espécie de “luz ao fundo do túnel” e de redenção. Assim é em Majowski e Sleepwalk. Não existem lições de moral; existem gestos que na esfera meramente pessoal ou inseridas numa tragédia à escala Mundial fazem a diferença para alguém.

Em Majowski temos a história verídica descrita no diário de Beatrice Schilling, mãe de Nádia Schilling, cantora (e arquitecta) amiga de Filipe Melo. O bisavô da cantora era proprietário de um dos melhores restaurantes de Berlim, frequentado usualmente por soldados nazis que durante a Segunda Guerra frequentavam o espaço para celebrar as suas conquistas. Nesta história, uma garrafa de champanhe, vedada aos soldados que lá passavam, é o objecto pelo qual vale a pena nos insurgirmos, e mesmo o mais inesperado dos objectos, ou do seu conteúdo, ganha um significado que transcende o seu uso normal quando decidimos que é para ser partilhado em família, com quem mais amamos.

Já Sleepwalk leva-nos até um imaginário e planos de pulsação cinematográfica de um road movie pelas estradas do interior dos Estados Unidos. Mais contemplativo que a história anterior, Sleepwalk está repleto de paisagens desertas, tons áridos, bombas de gasolina e restaurantes à beira da estrada – imaginem Roger Deakins a filmar a América profunda, à semelhança do que fez em Fargo – e onde as tensões raciais são quase palpáveis. A jornada de Lloyd Jenkins por uma tarde de maçã tem o seu significado explanado nas folhas finais de uma história capaz de nos esmurrar o estômago.

Pelo facto de ser inteiramente ficcionada, é em Sleepwalk que se nota maior criatividade e visão cinematográfica dos seus autores, ambos fortemente ligados ao Cinema. Já pelo facto de Majowski ser baseado numa história verídica, a magia prende-se na mestria da ligação imagem/diálogo. Os interiores, o jogo de luzes, as expressões em Majowski e uma maior distância, ritmo mais espaçado e contemplativo, deixando a história ter o seu próprio tempo (factor essencial nesta história), em Sleepwalk,

Comer/Beber é uma refeição completa, repleta de emoções. O pequeno formato do livro por vezes dá a sensação de não deixar as histórias e as suas respectivas imagens (majestosamente criadas ao detalhe) respirarem, mas o sabor, esse está lá todo. Filipe Melo e Juan Cavia relembram-nos de que a comida e a bebida, através dos nossos sentidos, podem ser motores que despertam memórias, desta vez através da escrita e de imagens. Em Comer/Beber a refeição é bem servida, mas as respostas são por nossa conta. A ambiguidade dos finais agridoces das histórias aqui retratadas ficam inevitavelmente a apurar no nosso interior.

Nem a sobremesa falha, já que no final do livro temos alguns extras como esboços, fotografias, receitas e ainda a carta de Beatrice Schilling (mãe de Nádia) que deu origem a Majowski.

Se quiseres ajudar a Comunidade Cultura e Arte, para que seja um projecto profissional e de referência, podes apoiar aqui.

Tags: Carlos Vaz Marquesedições tinta da chinaFilipe MelograntaJuan Cavia

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