Clara Não mostra como transformar problemas em risadas de amor-próprio

por Comunidade Cultura e Arte,    28 Maio, 2019
Clara Não mostra como transformar problemas em risadas de amor-próprio
Clara Não / Fotografia de Teresa Arega
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Miga, esquece lá isso não é só o título de um livro, é uma mensagem para quem nem sempre se lembra que a vida é demasiado importante para ser desperdiçada com tristezas.

É um manifesto a favor da independência feminina o que Clara Não apresenta em Miga, esquece lá isso. O livro em que a ilustradora partilha mensagens de amor e de indignação chega às livrarias de todo o país no dia 6 de junho, com a chancela da Ideias de Ler.

Clara Não é um nome familiar para quem está atento às mais recentes exposições das galerias de arte e o seu perfil já é incontornável para os utilizadores de Instagram @clara.nao. Com apenas 25 anos, a ilustradora faz de um traço distintivo, de uma acutilante consciência feminista e de um apurado sentido de humor a sua imagem de marca.

Essas caraterísticas estão agora registadas num livro que tanto pode ser entendido como um manifesto do direito ao sentimento, à igualdade e ao respeito, como uma brisa de ar fresco num mundo obcecado pelo politicamente correto e por protocolos preconcebidos.

Miga, esquece lá isso está dividido em quatro capítulos que representam diferentes fases da vida, como Manifesto de uma mulher independente ou Elefantes voadores semeiam girassóis, mas que, tal como os pensamentos, não obedecem a uma estrutura rígida e podem ser lidos de forma sequencial ou aleatória.

Clara Não vai estar na Feira do Livro de Lisboa, no dia 15 de junho, a partir das 15:30, pronta para que os leitores a desafiem a ilustrar um problema ou um conflito que tenham com a sociedade, transformando-o numa risada de amor próprio. Miga, esquece lá isso tem apresentação marcada para o dia 22 de junho, às 22:00, no Espaço Maus Hábitos, no Porto. 

Capa do livro

Miga, esquece lá isso! 
Este é um livro de amor e indignação para os dias em que te sentes na m… em baixo.
Sabes o que te digo? Miga, esquece lá isso, porque a tua vida é demasiado importante para a desperdiçares com tristezas.

Para aquele “indivíduo de $%#*£”, um recadinho: não és assim tão importante!
Para as saudades que não passam (não do “indivíduo”, claro), um sorriso.
Para a sociedade, um manifesto a favor da igualdade.
E para sonhares acordada (quem nunca!?), as nuvens-ovelhas de patas para o ar.
Defende aquilo em que acreditas. Luta pelos teus sonhos. Mostra ao mundo que ninguém te vai impedir de ser feliz.

Clara Não / Fotografia de Pedro_mkk

Clara Não 
É ilustradora e vive no Bonfim, no Porto.
Nasceu no meio das freiras, na Ordem do Carmo, em 1993, na mesma cidade. Teve de nascer dois dias mais cedo, porque no dia marcado para o nascimento o coro de que a freira-parteira fazia parte tinha uma atuação, mas isso é só um pormenor.
Licenciou-se em Design de Comunicação, pela Faculdade de Belas Artes, no Porto, enquanto ouvia Britney e Indie Rock, e fez Erasmus na Willem de Kooning Academie, em Roterdão, na Holanda. Esta experiência fez com que se direcionasse cada vez mais para a ilustração e a escrita. Em 2018, voltou à mesma instituição portuenese para se tornar mestre em Desenho e Técnicas de Impressão.
Destaca-se pela irreverência e ironia nas ilustrações, onde reivindica a igualdade, trata tabus sociais, explora experiências pessoais e desenvolve a escrita ambidestra.
Com humor nas palavras e ternura (ou raiva) no coração, o seu trabalho centra-se em construir ideias de forma visual através da escrita, em papel, em tecido, em vidro… ou na rua. Está representada em diversas galerias, como a Senhora Presidenta, Circus Network, Ó! Galeria, Malapata, Apaixonarte e Área 55. É mencionada de forma regular em diversas publicações, como a Vogue, Público e Jornal de Notícias.
Trabalha também como freelancer para diversas empresas, faz fanzines e às vezes esquece-se de fazer xixi.

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