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Battles ao vivo: com tão pouco se faz tanto

por Bernardo Crastes
23 Outubro, 2019
em Música
Battles ao vivo: com tão pouco se faz tanto

Battles. Fotografia de Ana Viotti

A música dos Battles sempre foi muito económica. É como um empadão de carne. Batatas, carne e pouco mais, resultam em algo delicioso e mais complexo do que aquilo que os seus ingredientes deixariam entrever. Ora, a música dos Battles é o equivalente sónico de delicioso e os poucos elementos que a compõem resultam em algo bem complexo.

No álbum saído na passada sexta-feira, Juice B Crypts, é a primeira vez que esbanjam um pouco mais na sua música. Reduzidos ao duo do genial baterista John Stanier e teclista/guitarrista Ian Williams, os Battles enchem este álbum de sintetizadores, melodias e samples numa tentativa de não notarmos a diferença no elenco, num caos controlado por eles que por vezes entusiasma, mas noutros deixa o ouvinte desaustinado. Ao vivo, felizmente, a balança pende bem mais para o lado entusiasmante, muito graças à fabulosa produção de som do Musicbox e à dedicação que os artistas têm relativamente à sua música.

15 minutos depois da hora marcada, dando tempo ao público de assentar, o duo entra em palco. Com eles, entram também os sintetizadores de “Fort Greene Park”, um dos melhores espécimes da nova selva musical da banda. John Stanier inaugura a sua bateria ao fazer vibrar o seu prato bastante elevado até o som se tornar estridente, iniciando logo de seguida a agressão aos restantes componentes, com a kick drum e caixa de rufo a fazer-nos vibrar de tal forma, que tivemos medo que o Jameson com ginger ale que bebíamos saísse cá para fora. O seu estilo; esse continua sempre económico, com muita precisão e força, fazendo cada baque contar.

Battles. Fotografia de Ana Viotti

O duo “A Loop So Nice…” e “They Played It Twice” seguiu-se, com os sintetizadores que soam a lasers a afogar a voz de Xenia Rubinos, um pedido urgente ouvido no meio da caótica mistura sonora. Com “Titanium 2 Step”, gastaram as amostras que nos deram a conhecer o álbum antes do lançamento. Esta última soou especialmente musculada, com o seu ritmo de pára-arranca bem intenso e Ian Williams a tocar as suas notas loucas como se o teclado e a guitarra estivessem a escaldar. Foi um dos números mais celebrados da noite e o que ditou o entusiasmo que se seguiu durante o restante concerto.

Tanto pelo concerto servir para apresentar o novo álbum, como pelas limitações do alinhamento ser agora um duo, não se fizeram ouvir muitas canções antigas – uma de cada um dos álbuns anteriores e mais um pequeno snippet de “Summer Simmer” a desembocar em “Ice Cream”, uma das canções mais reconhecidas da banda. “The Yabba” foi, como de costume, mais uma excelente demonstração da precisão de Stanier, quando o clímax exige um ritmo pesado e constante, mas também o acompanhamento da vibração dos pratos, num som que preenche os ouvidos. A outra relíquia, que não poderia faltar, foi “Atlas”. Este que vos escreve considera que é uma das melhores canções alguma vez feitas e, pelos vistos, não é o único, tendo em conta o deleite que se fazia sentir no abanar dos corpos e nos sorrisos que se entreviam nos perfis do público. A estrutura em crescendo, as suas teclas ácidas, mas acessíveis, o coro acriançado que ajuda a marcar aquele ritmo que podia durar para sempre… é qualquer coisa de extraordinário.

A partir daí, voltámos a Juice B Crypts. “Last Supper on Shasta”, a suite dupla que fecha o álbum, com a voz de Merrill Garbus (dos Tune-Yards) a pairar por cima de nós, faz-se ouvir. Acima de tudo, foi a transição entre as duas partes que mais impressionou; ou melhor, a falta de transição, pois Stanier simplesmente mudou de ritmo como quem muda de camisa, sem vacilar. Atenção que estes não são ritmos fáceis, são coisas assim sobre-humanas, enfatizadas pelas melodias metálicas, alucinantes e que se diriam impossíveis que Williams vai soltando dos seus instrumentos. São destas coisas que dão força ao conceito dos Battles, de criar música em que homem e máquina por vezes nem se distinguem, se bem que o labor humano está sempre lá, vergando a máquina à sua mercê na batalha da criação de música.

Battles. Fotografia de Ana Viotti

Antes da última canção, Ian, com o seu ar de gigolo dos anos 80, dirige-se ao público e faz notar que este é o primeiro concerto que a banda dá desde que o último álbum saiu. Refere ainda que estão felizes por tocar pela primeira vez em Lisboa e, quando alguém relembra o concerto no Super Bock Super Rock em 2012, Ian diz “ah, mas isso é fora de Lisboa”, revelando uma atenção e memória nem sempre presentes nos artistas ao longo das suas extensas tours mundiais.

“Ambulance”, a porta de entrada de Juice B Crypts põe um ponto final a um concerto muito energético e competente, que comprova que vale mesmo a pena ver Battles ao vivo. É mesmo impressionante ver apenas duas pessoas em palco criar algo que parece tão complexo. No final, o público pede um encore que acaba por não vir, mas pelo menos o duo veio recompensá-lo pela sua devoção com um pouco de conversa após o espectáculo.

Assim se fez a primeira sessão das Jameson Urban Routes, que tomarão o espaço do Musicbox até dia 26 de Outubro, com nomes como Kelsey Lu, Carne Doce, Bad Gyal, Bruno Pernadas e Moullinex, entre outros.

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Tags: BattlesconcertoJameson Urban Routesmath rockMusicbox

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