Aqui Há Tee: as t-shirts que unem a política ao bordado

por Comunidade Cultura e Arte,    29 Agosto, 2020
Aqui Há Tee: as t-shirts que unem a política ao bordado
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O confinamento obrigou-nos a encarar a realidade de uma outra forma. Com o passar dos dias, desenterraram-se lutas e ampliaram-se reivindicações. Aqui Há Tee foi fruto destes tempos, que aparentam ser novos mas chegam carregados de vontades antigas. Através do bordado à mão em t-shirts, “pretende-se imortalizar frases político-social, quer tenham sido ditas por membros partidários, governantes, jornalistas ou que, livremente, tenham surgido na nossa cabeça.”, pode ler-se no comunicado enviado para a nossa redacção.

“Era do Negacionismo” foi uma das primeiras ideias registadas. “A frase é um retrato do período de negação onde muitos de nós parecem habitar: onde é gratuita a negação do racismo, da homofobia, do machismo. Inspiradas no ressurgir do movimento Black Lives Matter, após a morte de George Floyd, considerámos urgente este ser um dos primeiros temas a trazer ao peito.”, lê-se na mesma nota informativa.

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À “Era do Negacionismo”, e fortemente conectada com ela, juntou-se a frase “Foi de Trivela”. Esta surgiu a propósito da ideia abjeta do deputado que defendia um plano de isolamento específico para a comunidade cigana e da resposta que mereceu por parte de António Costa, na Assembleia da República, após Ricardo Quaresma se ter manifestado nas suas redes sociais.

A primeira linha de t-shirts termina com uma “Made in 2020”, “em memória do ano atípico que se está a viver. Desde uma pandemia, a uma quase guerra iniciada pelos EUA, passando por um “acordo do século” sobre a anexação da Palestina, já tudo parece ter acontecido.”, revelarem os representantes da Aqui Há Tee.

Mais recentemente, lançaram três novas t-shirts. “Vamos beber o drink de fim de tarde” imortaliza a frase infeliz da ministra Graça Fonseca, pretendendo lembrar e apoiar todos os artistas que foram insultados por estas palavras.

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“Não compro. Não gosto.” é um alerta para o lixo virtual produzido nas redes sociais. Inspirado num comentário ao Aqui Há Tee, a propósito do artigo no jornal Público, esta frase representa uma era onde todos nos achamos no direito de partilhar ideias descontextualizadas, injustificadas e que alimentam o ódio.

Aqui Há Tee é um projeto que “dá voz ao que mais nos inquieta diariamente, às lutas que não queremos ver esquecidas, aos teas urgentes que merecem ser reivindicados e bordados no peito”, pode ler-se no comunicado enviado para a nossa redacção.

Sugestões, feedback, encomendas ou pedidos de informação, podem ser enviados para o Instagram ou Facebook, onde é também possível consultar todas as tees disponíveis.

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