“Ao Vivo ou Morto”. O movimento que quer salvar as salas de música em Portugal

por Comunidade Cultura e Arte,    11 Outubro, 2020
“Ao Vivo ou Morto”. O movimento que quer salvar as salas de música em Portugal
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Nova associação Circuito lança a campanha #aovivooumorto pela sobrevivência de 27 salas nacionais de programação de música.

Em resposta à cada vez maior ameaça à sobrevivência de 27 salas de programação de música em todo o país, a associação Circuito dá-se a conhecer anunciando hoje uma campanha protagonizada por nomes de vários quadrantes da música nacional como Gisela João, Tomás Wallenstein, Marfox, Yen Sung e Hélio Morais.

Sob o lema #aovivooumorto, esta acção chama a comunidade artística e o público a juntar-se numa fila/manifestação que pretende sensibilizar para a importância destes locais para a cena musical nacional.

No dia 17 de Outubro, pelas 15h00, em Lisboa, Porto, Viseu e Évoraartistas e audiência esperam na fila para entrar nas salas fechadas, chamando a atenção para a importância destes espaços no tecido cultural e pedindo medidas de apoio para garantir a sua sobrevivência.

Constituída por 27 salas de todo o país, a Circuito é a mais importante rede de palcos nacional para o surgimento, visibilidade, afirmação e circulação de artistas e públicos no contexto da música popular actual portuguesa. De bandas a produtores, passando também por DJs, estes espaços actuam como importantes plataformas para o desenvolvimento e afirmação de carreiras artísticas, apostando em nomes merecedores de audiências e propostas alternativas.

Para evitar a perda irreparável desta rede de palcos, a Circuito apela à implementação urgente de medidas de apoio e estratégias públicas de protecção e valorização do sector. Estas medidas passam pela criação de um programa imediato de investimento nestas salas, válido até ser autorizada a retoma sustentável da actividade e que garanta a compensação do prejuízo mensal provocado pelos custos fixos de exploração das salas, os quais não foram suspensos ou comparticipados por outros programas. Como Gonçalo Riscado, director da CTL e Musicbox, nota, “estamos perante um circuito que é um dos pilares de todo o ecossistema da indústria da música. Se um pilar cai, todo o ecossistema desmorona”.

Consequentemente, e nas palavras de Daniel Pires, director artístico e fundador do Maus Hábitos, no Porto, a Circuito defende “o reconhecimento destas 27 salas enquanto espaços de intervenção cultural , e dos seus programadores como agentes culturais activos, responsáveis pela viabilização de espaços de experimentação e pelo papel insubstituível no lançamento dos novos talentos, encontrando-se na base do circuito e do panorama da música em Portugal “,

Em 2019, estas salas contabilizaram um total de 7.537 actuações musicais para uma audiência de 1.178.847 pessoas, envolvendo dezenas de milhares de autores, intérpretes e outros profissionais do espectáculo. Estes números atestam que a cultura musical portuguesa como a conhecemos não poderá existir sem esses espaços, pelo que é vital acautelar a continuidade da sua existência.

No sentido de garantir esse mesmo futuro, a Circuito propõe também a disponibilização de programas de apoio à criação, programação e circulação artística, envolvendo esta rede com o reactivando a sua actividade e impulsionando a sua recuperação.

O filme e conceito da campanha #aovivooumorto foi pensado e desenvolvido pela agência de publicidade Partners, com direcção criativa de Ivo Purvis e Gil Correia.

Dia 17 de Outubro, pelas 15h00, em Lisboa, Porto, Viseu e Évora, “Junta-te à fila para que o circuito não morra”.

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