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‘A Star is Born’: como uma velha história pode ter uma vida nova

por João Estróia Vieira
15 Outubro, 2018
em Cinema, Críticas
‘A Star is Born’: como uma velha história pode ter uma vida nova

A história não é nova. Longe disso, até. Em 1937 Janet Gaynor e Fredric March protagonizam o par romântico. Ela, uma aspirante a actriz que vai para Hollywood em busca de um sonho, ele é já um nome estabelecido no mundo do espectáculo, uma estrela consagrada. Em 1954 Judy Garland e James Mason formaram dupla no remake realizado por George Cukor, que é considerado um dos melhores musicais da história do Cinema. Mais pobre, mas também mais próximo deste novo “A Star is Born”, Barbra Streisand e Kris Kristofferson formaram dupla no remake de 1976. Nesta obra de Frank Pierson, o casal não é já uma dupla de actores mas sim de músicos. Ela, uma jovem cantora pop desconhecida; ele uma rock star consagrada. Em comum entre os quatro filmes está a protagonista feminina à procura de reconhecimento e o protagonista, já estabelecido mas em declínio pelo álcool e drogas.

Bradley Cooper realiza, escreve e protagoniza este novo “A Star is Born” nesta que é também a sua estreia na realização. Apesar da história antiga o filme é direccionado aos dias de hoje, prestando no entanto a devida homenagem à obra de 1976 de forma aberta e declarada (até no famoso nariz de Barbra Streisand, agora em Lady Gaga).

Cooper, que raras vezes faz papéis memoráveis pela sua existência quase insossa na maior partes dos seus papéis, aqui usa isso a seu favor, dando ao seu Jackson Maine uma amplitude emocional negra e triste, uma insatisfação constante, cujo álcool e drogas ajudam a esquecer. Jackson Maine é uma estrela rock de sucesso mas numa fase já “decadente” da carreira, muito devido aos seus excessos que extravasam os simples “estimulantes” de palco. Num dia, depois de um desses concertos, decide parar num bar onde possa beber. Aí, ouve “La Vie En Rose”, interpretado de forma fabulosa pela até então desconhecida Ally.

Os dois constroem de forma súbita mas bem contada (numa demonstração de boa capacidade de storytelling por parte do estreante realizador) história de amor que nasce da partilha mútua de experiências. Maine leva Ally até aos seus concertos onde ela passa a ser voz activa, interpretando músicas da sua autoria com o consagrado músico (entre as quais a fantástica Shallow e outras músicas fabulosas criadas para este filme por vários artistas convidados). O impacto junto do público é imediato, e o aliciamento para uma carreira a solo também.

Para uma estrela poder brilhar, alguma terá de ser ofuscada. Ally torna-se num sucesso imediato da pop graças ao seu agente, mas perde a mensagem e a sinceridade das suas letras. Torna-se, também num produto fast food musical feito apenas com o intuito de chegar às massas, com músicas básicas quer em letra quer instrumental. Como diz Maine durante o filme, todas as pessoas têm talento, mas não são todas que possuem a capacidade para ter algo a dizer ou a ensinar aos outros. Ally é veículo de crítica à indústria musical mas que está longe de se esgotar na mesma e se vive em tantas outras artes. O talento foi posto de lado, ou pelo menos esquecido, e o objectivo é meramente o reconhecimento (Grammy’s) rápido e instantâneo. Perde-se o sentimento e o conteúdo. O desvanecer de Maine, a sua queda outrora esquecida pelo impacto de Ally na sua vida, quer em termos emocionais quer criativos, volta a irromper a sua essência, e há a quebra.

Deixo deliberadamente para o fim quatro menções necessárias. A primeira, da grandiosa prestação de Sam Elliott como irmão mais velho e manager de Jackson Maine. Breves momentos em cena que no entanto nos deixam alguns dos momentos mais impactantes da obra. Recordemos para este efeito o confronto entre irmãos e uma cena em que Bobby (Sam) está dentro do seu carro e deixa Jackson em casa, despedindo-se em lágrimas. A segunda menção vai para a excelente estreia enquanto realizador de Bradley Cooper atrás da câmara, produzindo uma excelente obra, que nos traz dificuldade em encontrar pontos fracos, a não ser algumas precipitações de direcção já na sua fase final. No entanto, fica o registo daquele que poderá ser uma excelente carreira enquanto realizador. A terceira é para a também Lady Gaga enquanto Ally, naquele que é no entanto um papel feito à sua altura, é impossível não gostar da química que transmite com Cooper no ecrã e a fragilidade que consegue dar à sua personagem. A quarta e última menção tem de ir para a excelente banda sonora, obviamente. Receita rápida para as lágrimas.

Um filme na sua globalidade bem interpretado e bem realizado que só não se consegue sobrepor aos clichés (que apesar de tudo não podemos deixar de gostar) da sua história que não é propriamente original (longe disso), mas que ganha uma nova vida com estes intérpretes.

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Tags: A Star Is BornBarbra StreisandBradley CooperFredric MarchJames MaisonJane GaynorJudy GarlandKris KristoffersonLady Gaga

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