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10 anos de “InnerSpeaker”, o primeiro álbum dos Tame Impala

por José Malta
18 Maio, 2020
em Música
10 anos de “InnerSpeaker”, o primeiro álbum dos Tame Impala

Capa de Innerspeaker. Grafismo de Leif Podhajsky

Foi no dia 21 de Maio de 2010 que os australianos Tame Impala lançaram o seu primeiro álbum de originais. Formado em 2007 na cidade de Perth, no oeste da Austrália, este seria um projecto que prometia trazer um rock psicadélico rejuvenescido, com uma forte matriz daquele que fizera tanto sucesso nas décadas de 60 e 70. A formação contava na altura com o multi-instrumentista Kevin Parker — principal rosto e que muitos consideram como o único e verdadeiro intérprete do conjunto — e ainda com os músicos Dom Simper no baixo e Jay Watson na bateria. Nos concertos, o baixista Nick Allbrook dava um forte contributo musical e também fora um dos membros que contribuiu para a projecção deste projecto em palco. Com o tempo, vários músicos foram entrando, saindo e até alternando de instrumento nas gravações e performances ao vivo. Uns marcaram presença apenas em palco, outros foram mais expressivos nas gravações dos álbuns. No fundo, Kevin Parker acabaria por ser o núcleo do conjunto, algo que ainda hoje se verifica. O próprio já veio a afirmar publicamente que Tame Impala é apenas o nome do seu projecto e não propriamente uma banda ou grupo musical.

Após o lançamento do primeiro EP em 2008, foram precisos poucos meses até a Modular Recordings ter demonstrado interesse no trabalho apresentado. Depois desta editora ter ouvido algumas das suas músicas na sua página do MySpace, foram-lhes enviadas cerca de 20 canções exclusivas, o que levou a novos pedidos e ofertas por parte de outras editoras que também demonstraram igual interesse pelo trabalho ainda inicial. No entanto, a Modular Recordings ficaria com o rótulo daquela que tinha sido a primeira a demonstrar interesse e o acordo de exclusividade com a banda seria assinado nesse mesmo ano de 2008. Foi graças a esta editora e às constantes actuações ao vivo que os Tame Impala ganharam o impulso necessário para seguirem voos mais altos, ficando mais perto do sonho que qualquer banda em fase de afirmação tem quando surge uma editora que aposta fortemente no seu sucesso. Esse sonho seria, evidentemente, o lançamento do primeiro álbum de originais, que seria gravado entre os meses de Junho e Agosto de 2009.

InnerSpeaker foi lançado em Maio de 2010 e dava sinais de que o sucesso dos Tame Impala tinha tudo para continuar. Foram muitos os elogios dos especialistas ao rock psicadélico moderno que mostrava raízes predominantes dos pioneiros dos anos 60. Não é por acaso que a capa, feita pelo designer australiano Leif Podhajsky, apresenta uma paisagem do Parque Nacional Great Smoky Mountains nos Estados Unidos, em padrões que se repetem. Este efeito, denominado por Droste Effect, já havia sido apresentado noutros álbuns de rock psicadélico (como Ummagumma, dos Pink Floyd).

Este seria um álbum que viria alimentar ideias na música da segunda década do século XXI, repleta de enormes novidades musicais. O site Pitchfork descreveu-o como “o melhor exemplo da nova música”, listando-o no seu top dos 100 melhores álbuns da década. O sucesso do álbum conduziria ainda a um enorme reconhecimento com os prémios de álbum do ano pela Rolling Stone Awards e de melhor álbum australiano do ano pela J Awards. InnerSpeaker foi então o primeiro degrau de uma escadaria de sucessos que viria a ser feita de álbuns de originais, concertos e de toda uma reinvenção do rock psicadélico num contexto mais moderno e futurista.

É após o som de uma ligeira sintonização de um rádio que surgem os primeiros acordes de guitarra com o baixo e uma percussão suave em “It Is Not Meant to Be”. Esta é a primeira canção do álbum, que exibe fortes nuances de psicadelismo com as teclas dos sintetizadores a acompanharem os instrumentos de cordas, assim como os ecos vocais de Kevin Parker que se intensificam ao longo da canção. Segue-se “Desire Be Desire Go” — já incluída no EP de estreia — que, num registo mais acelerado, volta a enaltecer algum do psicadelismo que a banda viria a exibir ao longo deste álbum através de uma alternância entre o domínio das cordas e das teclas. “Alter Ego” inicia-se com uma combinação acelerada de teclas que traz ao ouvinte uma sinfonia bastante harmoniosa, onde o instrumental nos conduz até à voz doce de Kevin Parker. É com essa mesma voz que se inicia de imediato “Lucidity”, quarta faixa do álbum, que acaba por trazer alguns riffs de guitarra interessantes pelo meio da canção, demonstrando novamente a vivacidade deste projecto.

O álbum vai-se tornando cada vez mais sublime faixa após faixa. “Why Won’t You Make Up Your Mind” exibe um conjunto harmonioso e melodicamente alegre que nos leva a um ambiente calmo onde conseguimos encontrar as novas vertentes do rock psicadélico do século XXI. Com os versos “Why won’t you make up your mind? Give me a sign” a marcar compasso na melodia, esta foi uma das canções de grande sucesso dos Tame Impala que conseguiu espalhar dança e sorrisos nos concertos. E é com essa alegria, com alguma solidão à mistura, que rapidamente passamos para “Solitude is Bliss”, uma das canções mais emblemáticas deste álbum. O verso do refrão “You will never come close to how I feel” tornou-se numa frase de comando nos concertos após o lançamento do álbum e que ainda conseguiu fazer furor num período de grande afirmação dos Tame Impala no mundo da música.

Após toda uma harmonia musical, uma tempestade surge com “Jeremy’s Storm”, através de uma sinfonia onde os instrumentos interagem entre si de forma espontânea com a ausência da voz de Kevin Parker. Esta é a única faixa puramente instrumental do álbum e baseia-se numa enorme exibição orquestral que se assemelha mesmo a uma tempestade. “Expectation” inicia-se com um riff de guitarra que rapidamente salta para a velocidade com que Kevin Parker canta ao longo de toda a melodia. A canção termina com uma enorme sinfonia entre os sintetizadores e a percussão, criando um ambiente altamente dominado pelo rock psicadélico. Já “The Bold Arrow of Time” — canção gravada anteriormente mas apenas dada a conhecer neste álbum — remete-nos para o final dos anos 60 do século passado, sendo bastante semelhante a uma das canções do universo musical de Jimi Hendrix. A interpretação, os acordes e o solo final mostram que o lendário guitarrista foi uma forte insparação na composição desta canção. Neste caso, a grande novidade está no desfecho da melodia, onde o som da guitarra acústica emerge lado a lado com os sintetizadores.

Quase a fechar, temos “Runway, Houses, City, Clouds”, quatro elementos que formam a canção e que fazem desta a mais longa do álbum, estando dividida em quatro partes distintas. Uma parte mais acelerada que se assemelha a uma cavalgada deverá corresponder à pista de corrida (Runway), uma parte mais calma que deverá corresponder às casas (Houses), passando novamente para uma fase mais acelerada (City), terminando numa fase mais calma onde os sintetizadores e as guitarras se apoderam da canção (Clouds). Por fim, chegamos à última faixa do álbum, “I Don’t Really Mind”, canção onde o som intensivo dos sintetizadores acaba por fazer uma pausa entre as duas partes vocais da canção. A versão deluxe do álbum conta ainda com algumas faixas-bónus, bem como ExtraSpeaker que apresenta “Sundown Syndrome”, “Remember Me”, “Half Full Glass of Wine” e “Wander”, canções gravadas antes de 2010 e também marcantes no repertório do projecto. Também versões remix de algumas das canções de InnerSpeaker estão disponíveis nesta edição bónus.

Em 10 anos, os Tame Impala lançaram ainda mais três álbuns de originais: Lonerism (2012), Currents (2015) e mais recentemente The Slow Rush (2020), todos eles com sucesso e críticas bastante positivas. É difícil ainda assim definir qual terá sido o melhor trabalho, tendo em conta o modo como conseguiram criar o seu próprio rock com uma predominância do psicadelismo, mas também, e mais recentemente, com uma forte vertente pop e electrónica à mistura. A passagem dos Tame Impala pelos festivais de música de maior renome é algo habitual e que atrai diversos festivaleiros e amantes da música, graças ao modo como conseguem proporcionar agradáveis espetáculos ao exibirem o seu rock psicadélico renascido, que também inspirou outras bandas que entretanto surgiram. InnerSpeaker foi apenas o primeiro capítulo de uma viagem neo-pscadélica que esperemos que tenha muitas mais histórias e aventuras para nos contar, viagem essa que terá sempre marujos prontos para o sucesso da armada dos Tame Impala, com o fiel comandante Kevin Parker sempre ao leme.

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Tags: 10 anosInnerSpeakerKevin ParkerTame Impala

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