Fevereiro, o mês em que o Cinema Trindade renasceu

por Carolina Franco,    20 Fevereiro, 2017
Fevereiro, o mês em que o Cinema Trindade renasceu
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O mês de fevereiro de 2017 pode não ter tido muito impacto na história mundial, mas teve na história do cinema português. Diogo Costa Amarante venceu, em Berlim, o Urso de Ouro para melhor curta-metragem com “Cidade Pequena”, e o Cinema Trindade abriu, finalmente, as suas portas.

Após dezasseis anos fechado por falta de espectadores, o Trindade voltou a exibir filmes diariamente. O filme “Ornamento e Crime“, de Rodrigo Areias, fez as honras da casa no dia 5, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, marcou aquela que será a nova vida das duas salas reabertas, uma com 168 lugares e outra com 178, no dia 16. Em entrevista ao Público, Guilherme Blanc, adjunto de Rui Moreira para a Cultura, afirmou que “Os cinemas desapareceram no Porto, mas nunca desapareceu a cultura da cinefilia, que se tem vindo a renovar de forma entusiasmante”, espelhando, assim, o sentimento de tantos portuenses, e recordando a importância que não só o Cinema Trindade mas também o Cinema Batalha, em breve a Casa do Cinema, terão na vida cultural da cidade.

Ao longo deste mês o Cinema vai receber o ciclo “Inéditos no Porto”, no qual se exibirão filmes como “As Acácias”, de Pablo Giorgelli, “A Vida Privada dos Hipopótamos”, de Maíra Bühler e Matias Mariani, “Cabelo Rebelde”, de Mariana Rondón e ainda “Últimas Conversas”, de Eduardo Coutinho, este último com apresentação de Jorge Campos.

Américo Santos, o responsável pelo Cinema Trindade, valoriza a programação e, em declarações também ao Público, disse que vai apostar “no cruzamento entre estreias da produção internacional do cinema de autor e o acolhimento de ciclos, festivais e iniciativas de teor mais cineclubista”. O cinema de autor vai estar ao alcance de todos aqueles que o quiserem ver.

Durante a semana de 17 a 22 de fevereiro, vão ser também exibidos “Silêncio”, de Martin Scorsese, “Boi Neon”, de Gabri Mascaro, os nomeados para os Óscares “Toni Erdmann”, de Maren Ade, e “Moonlight” de Barry Jenkins, e “Ornitólogo”, de João Pedro Rodrigues, que entretanto já saiu das outras salas de cinema.

Nota: O Cinema Trindade integra o cartão Tripass, proporcionando um desconto de 25% no preço dos bilhetes de cinema, juntando-se ao Passos Manuel, aos estúdios do Rivoli e do Campo Alegre.

Fotografia de Miguel Nogueira/Porto

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