#16 Essenciais do Cinema – Les 400 Coups (1959)

por João Braga,    18 Abril, 2017
#16 Essenciais do Cinema – Les 400 Coups (1959)
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Se estás a ler isto é porque chegaste ao “Essenciais do Cinema”– uma nova rubrica da CCA para quem quer descobrir um pouco mais. Com temáticas menos generalizadas, por vezes menos actuais mas igualmente relevantes. Com tudo isto, é normal que por aqui encontres – e temos mesmo de te avisar – mais texto. Bem-vindo ao “Essenciais do Cinema”.

Les 400 Coups (1959)
Realizador: François Truffaut
Protagonizado por: Jean-Pierre Léaud, Albert Rémy e Claire Maurier

O filme é o primeiro de cinco filmes do ciclo “Antoine Doinel”, uma das melhores séries de filmes de todos os tempos, retratando a vida de Antoine ao longo da sua juventude até à sua vida adulta, nos 40 anos de idade. Antoine Doinel é interpretado por Jean-Pierre Léaud, um dos actores preferidos do génio François Truffaut, que apesar de não ser muito bom tecnicamente ou dramaticamente, Léaud é, ainda assim, um dos actores mais icónicos do seu tempo. A sequência de filmes é considerada como biográfica, tanto para Truffaut como Léaud, e apresenta uma nova forma de fazer filmes que, na altura, se tornou inovadora e original.

Doinel tem 14 anos, vive em Paris com a sua Mãe e Pai. Doinel, não só tem que lidar com os problemas de crescer numa Paris cada vez mais dinâmica e em mudança, a entrar na década de 60, uma década de crescimento, mas também tem que lidar com as discussões e com os problemas dos seus pais, e por vezes com o seu ‘desinteresse’. Doinel não é um aluno exemplar nem o tenta ser. Ele sente-se rejeitado pelos seus pais e pela sociedade, começando um processo de ‘desintegração pessoal’, faltando às aulas e perdendo mais tempo a cometer pequenos crimes com o seu amigo, René.

O facto de pertencer a uma série de filmes influencia o que, mais tarde, ocorrerá. Les 400 coups consegue ser inovador, pela sua originalidade e audácia, e é ainda referenciado como um dos melhores filmes realistas de todos os tempos, ajudando Truffaut no seu reconhecimento mundial. É um filme obrigatório para qualquer fã do cinema francês e essencial para conhecer as mudanças de uma sociedade e um país em recuperação moral, económica e cultural. É o meu filme preferido, no que respeita à indústria francesa. Para além da magia e da sensibilidade de um dos meus realizadores preferidos, Les 400 Coups deu azo à reputação mundial do melhor ciclo de filmes do cinema, sustendo uma das histórias do género realista.

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